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    Ministro usa viagem oficial para pedir apoio ao PT

    ANDRÉIA SADI
    RANIER BRAGON
    DE BRASÍLIA

    29/01/2015 02h00

    Responsável pela articulação política do governo, o ministro Pepe Vargas (Relações Institucionais) usou no último domingo (25) um jato da FAB (Força Aérea Brasileira) para viajar a Curitiba e articular apoio do Partido Progressista (PP) à candidatura de Arlindo Chinaglia (PT-SP) à presidência da Câmara.

    O ministro fez uma parada na capital paranaense para conversar com o presidente de Itaipu, Jorge Samek, e com o deputado federal eleito Ricardo Barros (PP-PR).

    O deputado relatou a dois amigos e dirigentes partidários que Vargas pressiona a legenda para reverter votos do PP em Eduardo Cunha (PMDB-RJ) para o colega petista. A informação foi confirmada à Folha pelos dois interlocutores.

    Pedro Ladeira/Folhapress
    O ministro de Relações Institucionais Pepe Vargas (à esq.) e Arlindo Chinaglia (de gravata azul)
    O ministro de Relações Institucionais Pepe Vargas (à esq.) e Arlindo Chinaglia (de gravata azul)

    Autoridades podem requisitar voos da FAB para missões oficiais relacionadas à pasta que ocupam e também como transporte para as cidades onde residem.

    Oficialmente, a agenda de Vargas informa que ele viajou de Caxias do Sul (RS) para Curitiba devido a um encontro com o presidente de Itaipu. Samek confirmou o encontro com o ministro no aeroporto, na noite de domingo, para tratar de política energética.

    A assessoria de Vargas informa que Itaipu tem projetos de desenvolvimento em municípios do Paraná que interessam à Secretaria de Relações Institucionais. Não há registro público do encontro do ministro com o deputado.

    A reportagem questionou Vargas se Barros se comprometeu a apoiar Chinaglia e pediu detalhes da conversa.

    A assessoria de Pepe Vargas afirmou que o ministro ''aproveitou'' a parada em Curitiba para telefonar a Barros pedindo que se encontrassem no aeroporto, já que o deputado ''não tinha estado com ele ainda em Brasília''.

    O PP integra o governo Dilma Rousseff e ocupa o ministério da Integração Nacional. No entanto, congressistas se queixam de ter perdido o Ministério das Cidades e afirmam nos bastidores que devem apoiar Cunha.

    A bancada tem 38 deputados e, se aderir formalmente ao candidato do PMDB, pode ocupar a vice-presidência da Câmara.

    O PP só deve anunciar formalmente quem irá apoiar na eleição da Câmara na sexta (30), véspera da disputa, que ocorre no domingo (1º).

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