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    Lava Jato

    Máscara de Cerveró deixa de ser produzida após pressão de advogado

    BRUNA FANTTI
    COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DO RIO

    29/01/2015 18h33

    A dona da fábrica Condal, Olga Valles, que confecciona máscaras de Carnaval, admitiu nesta quinta-feira (29) que um dos advogados de Nestor Cerveró solicitou, através de uma ligação telefônica, que não fossem feitas máscaras com a imagem de seu cliente. Olga pretendia produzir cerca de 150 máscaras de Cerveró, ex-diretor da Petrobras e alvo das investigações da Operação Lava Jato.

    "Ele [o advogado] disse que se eu fizesse iria me processar por dano moral. Não lembro o nome do advogado, mas tivemos uma conversa amigável. Soube que ligou para outras fábricas também. Estamos há 56 anos no mercado e nunca recebemos processo. A ideia é fazer algo lúdico. Se é para incomodar alguém, prefiro não fazer", disse. A ameaça de processo foi noticiada pelo jornal "O Globo".

    A empresária, que havia dito à Folha na última quarta-feira (28) ter suspendido a confecção das máscaras de Cerveró por falta de tempo do artista que a desenharia, reconheceu que a ligação telefônica de um dos advogados ocorrida há seis dias e disse não se sentir intimidada.

    "Acredito que quem avisa amigo é. E eu não quero inimigos, então, achei melhor suspender. Não quero criar polêmica, só alegria".

    A lista de políticos que tiveram máscaras encomendadas na Condal por comerciantes do Saara, polo de comércio popular no centro carioca, inclui a presidente da Petroras, Graça Foster, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a presidente Dilma Rousseff e o ex-ministro José Dirceu.

    Procurado pela Folha, o advogado Edson Ribeiro, responsável pela defesa de Cérvero, preferiu não se manifestar a respeito.

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