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    Planalto atua para evitar racha entre aliados

    ANDRÉIA SADI
    CATIA SEABRA
    MÁRCIO FALCÃO
    RANIER BRAGON
    DE BRASÍLIA

    30/01/2015 02h00

    Preocupado com o racha na base aliada devido à eleição na Câmara dos Deputados, o governo federal procurou nos últimos dias o comando do PMDB para tentar uma negociação para a disputa pela presidência da Casa.

    Na última terça-feira (27), o ministro da Defesa, Jaques Wagner, sugeriu ao vice-presidente, Michel Temer, um rodízio na presidência da Câmara entre PT e PMDB.

    O ministro disse, via assessoria, que teve uma conversa 'informal com o vice "sobre todo mal estar causado pela não reedição da alternância entre as duas maiores bancadas na presidência da Casa. A maior forma de pacificação é a reedição da alternância".

    Sérgio Lima - 27.jan.2015/Folhapress
    Propaganda do candidato à presidência da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, na Esplanada dos Ministérios
    Propaganda do candidato à presidência da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, na Esplanada dos Ministérios

    A proposta repetiria o modelo da legislatura passada, e já foi cogitado no início das negociações neste ano, mas descartado pelo PMDB.

    Segundo a Folha apurou, o vice-presidente manifestou ao ministro a intenção de Eduardo Cunha de exercer o primeiro período (2015-2017). Temer e Wagner ficaram de sondar Cunha e Arlindo Chinaglia (PT-SP), principal adversário do PMDB na disputa. A ideia, no entanto, é rechaçada pelos dois.

    Temendo a vitória de Cunha, ministros do PT já defendem a reconstrução de pontes com o peemedebista. Para interlocutores do Planalto, o acordo seria uma forma de diminuir a "tendência oposicionista" do Cunha, visto com desconfiança pelo Planalto.

    Assessores presidenciais receiam que, uma vez eleito, ele não se oporia a dar prosseguimento a um eventual pedido de impeachment de Dilma. Em entrevista à Folha em dezembro, ele disse ser contra o movimento.

    De acordo com aliados de Cunha, o governo também sugeriu que não fossem formados blocos para a disputa de domingo. Isso porque no caso da derrota de Chinaglia e da formação de um bloco robusto em torno do candidato do PMDB, o PT poderia ficar sem representante na cúpula da Câmara.

    Nesta quinta (29), Cunha acusou o governo de pressionar os novos deputados a votarem em Chinaglia com a promessa de que eles também poderão incluir emendas ao Orçamento deste ano.

    Pelas regras até então em vigor, os novos deputados só poderiam fazer emendas ao Orçamento de 2016. Apesar da crítica, o peemedebista também se comprometeu a assegurar a abertura de um crédito para que os novos deputados também tenham direito de indicar seus recursos.

    Editoria Poder

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