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    Rival pela presidência do Senado avança, e Renan apela até à oposição

    GABRIELA GUERREIRO
    MÁRCIO FALCÃO
    DE BRASÍLIA

    01/02/2015 02h00

    O último dia de campanha pela presidência do Senado teve provocações e gestos dos candidatos Renan Calheiros (PMDB-AL) e Luiz Henrique (PMDB-SC) na tentativa de conquistar votos.

    Apontado como favorito para comandar a Casa pela quarta vez, Renan disparou telefonemas e chegou a apelar para a oposição, numa ofensiva que envolveu líderes do PSDB. Os tucanos anunciaram apoio a Luiz Henrique.

    Acompanhado do senador Romero Jucá (PMDB-RR), Renan foi até o gabinete do presidente do PSDB, Aécio Neves (MG). Por lá, não pediu votos diretamente, mas tentou sensibilizar os tucanos.

    Ele teria ligado ainda para o senador eleito José Serra (SP) e o futuro líder da bancada, Cássio Cunha Lima (PB)

    Minutos antes, Aécio criticara a gestão de Renan, classificada por ele de subordinada ao Planalto, e disse que Luiz Henrique era o candidato da "instituição". Aliados de Renan, porém, contabilizam três votos do PSDB.

    Joedson Alves/Reuters/Pedro Ladeira/Folhapress
    Os peemedebistas Renan Calheiros (AL) e Luiz Henrique da Silveira (SC), candidatos à presidência do Senado
    Os peemedebistas Renan Calheiros (AL) e Luiz Henrique da Silveira (SC), candidatos à presidência do Senado

    O atual presidente do Senado articulou ainda a posse do suplente de Jader Barbalho (PMDB-PA), afastado por motivos de saúde, para não perder nenhum voto.

    Em seus contatos, Renan conseguiu arrancar uma dissidência no PSB, que liberou o senador eleito Romário (RJ) para optar por seu nome. Ele também aposta em traições nos sete partidos que estão com o adversário: PP, PDT, PSDB, DEM, PSB, PPS e PSOL.

    A principal estratégia de Luiz Henrique, que bancou sua candidatura mesmo sem aval do PMDB, foi intensificar os telefonemas. Ele disse que será eleito "com folga", tendo até 50 votos, e acusou Renan de desespero.

    "Evidente que estão praticando atos de desespero, mas não vai adiantar. Ninguém é capaz de segurar o vento da mudança", afirmou.

    Em resposta, Renan defendeu equilíbrio e classificou de "interessante" a disputa com o correligionário. "Nós não estamos enfrentando o candidato de outro partido, mas um candidato avulso que não foi indicado por seu partido."

    Em meio a ameaças de dissidências, a bancada do PT no Senado anunciou neste sábado (31) apoio a Renan. O líder do PT, Humberto Costa (PE), afirmou, no entanto, que a legenda não fechou questão porque se trata de uma votação "secreta".

    Segundo relatos, ao menos três dos 13 petistas indicaram que podem ter posição diferente e apoiar Luiz Henrique.

    Os dois peemedebistas vão se enfrentar em votação secreta e disputam o comando do Senado de 2015 até 2016.

    O chefe da Casa é também o presidente do Congresso, quando Câmara e Senado se juntam para votar medidas provisórias e o Orçamento da União, por exemplo.

    Renan teve uma mobilização de ministros e integrantes do governo nas articulações em seu favor. Ele decidiu manter sua candidatura mesmo sob a ameaça de ser um dos políticos citados na Operação Lava Jato, que investiga desvios na Petrobras.

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