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    De olho em apoio da oposição, Chinaglia menciona Serra

    CÁTIA SEABRA
    MARIANA HAUBERT
    DE BRASÍLIA

    01/02/2015 11h29

    Contando com a definição da disputa pela Presidência da Câmara em segundo turno, o candidato do PT, Arlindo Chinaglia (SP), tenta atrair os votos da oposição para garantir a sua vitória sobre o seu principal adversário, o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

    Em discurso em um jantar realizado pelo partido na noite de sábado (31), em Brasília, Chinaglia citou conversa que teve com o senador eleito José Serra, do PSDB de São Paulo.

    Segundo Chinaglia, Serra criticou o comportamento de Cunha e disse que a eleição deveria ser uma disputa de valores. O tucano teria dito ainda que Cunha está partindo para o ataque porque está com medo.

    Chinaglia relatou parte da conversa por telefone que teve com o senador aos convidados. De acordo com ele, Serra teria dito: "não podemos apenas pensar em derrotar o PT sem pensar no que é melhor para o país".

    "Liguei para ele para agradecer porque ele se expôs. Só faltou pedir voto para nós", afirmou Chinaglia em referência à declaração do deputado Jutahy Júnior (PSDB-BA), ligado a Serra, que declarou apoio à Chinaglia.

    "Eles não podem fazer oposição por oposição", completou. No local, não havia parlamentares oposicionistas.

    A mudança de posição do PSDB se deu depois de uma declaração de Cunha de que cerca de 30% dos deputados do PSB deveriam votar nele. O partido lançou candidatura própria, com o deputado Júlio Delgado (MG).

    A declaração do peemedebista foi interpretada como uma tentativa de esvaziar a candidatura de Delgado. Oficialmente, o PSDB definiu apoio ao PSB mas como as chances de Delgado ir para um eventual segundo turno são mínimas, Chinaglia quer garantir a migração de votos da oposição para ele.

    Durante o discurso, Chinaglia voltou a querer mostrar independência em relação ao governo e ao próprio partido. "Não é porque estou no PT que fico à mercê do partido", disse.

    O jantar de Chinaglia, que ocorreu em local próximo do de Cunha, a bebida servida era chope.

    BOLÃO

    Os candidatos à presidência da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e de Arlindo Chinaglia (PT-SP) ofereceram jantares na noite deste sábado (31) para marcar o encerramento da campanha pelo cargo.

    Em festa regada a champanhe francês, os aliados de Cunha chegaram a fazer um bolão sobre o resultado da disputa. Cada apostador pagou R$ 50 e deu seu palpite para o placar deste domingo na Câmara.

    Na brincadeira, organizada pelo PP, as apostas eram otimistas e previam vitória no primeiro turno, embora a tendência seja de haver segunda rodada de votação.

    Durante o jantar, que tinha à mesa camarão e lagosta, Cunha fez uma oração aos recém-chegados: "A todos vocês, quero fazer uma oração: que Deus ilumine seus passos", discursou Cunha, dirigindo-se aos deputados novatos.

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