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    Computador do Senado tenta omitir processo em perfil de Luiz Henrique

    MARCELO SOARES
    GUSTAVO URIBE
    DE SÃO PAULO
    MÁRCIO FALCÃO
    DE BRASÍLIA

    01/02/2015 17h53

    Às vésperas da eleição do novo presidente do Senado Federal, um computador da Casa Legislativa foi usado para tentar omitir do perfil público do senador Luiz Henrique (PMDB-SC) menção a processo que pediu a cassação de seu segundo mandato como governador de Santa Catarina.

    No último sábado (31), uma máquina com IP número 201.54.48.31 alterou a página do senador na Wikipédia, enciclopédia on-line cujos textos podem ser editados livremente.

    Ao todo, foram retirados 1.484 caracteres que mencionavam julgamento no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) de processo contra o peemedebista por acusação de abuso de poder político e econômico em propaganda institucional durante a campanha eleitoral de 2006.

    A mudança no conteúdo, no entanto, foi revertida no mesmo dia por um administrador e colaborador da Wikipedia.

    Pedro Ladeira/Folhapress
    Kátia Abreu e Luiz Henrique em cerimônia de posse no Senado
    O senador Luiz Henrique (PMDB-SC) durante cerimônia de posse no Senado

    Procurada pela Folha, a assessoria do senador reconheceu que alterou o perfil do peemedebista.

    Segundo ela, a medida foi comunicada ao setor de tecnologia do Senado Federal. O argumento é de que foram identificadas informações que "desvirtuavam o histórico" do congressista, como a afirmativa de que ele teria auxiliado o regime militar.

    A assessoria do senador disse ainda que solicitou a investigação sobre a criação de um perfil falso de Luiz Henrique na rede social Facebook.

    PROCESSO

    Em 2009, a Justiça Eleitoral rejeitou, por seis votos a um, o pedido de cassação do peemedebista, ingressado pela coligação "Salve Santa Catarina", do candidato adversário Esperidião Amin (PP).

    Segundo a coligação, o então governador havia se beneficiado do uso de veículos de comunicação por meio de um programa transmitido em emissoras de rádio e televisão.

    Em seu voto, o então ministro-relator Felix Fischer afirmou que as provas do processo não "revelaram o uso de propaganda institucional" ou de "recursos públicos" para fazer promoção pessoal do peemedebista.

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