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    Lava Jato

    Advogado reforça suspeita de ligação de Cerveró com 'offshore'

    FLÁVIO FERREIRA
    DE SÃO PAULO

    02/02/2015 02h00

    Um novo depoimento obtido pela Polícia Federal reforçou a suspeita da ligação do ex-diretor da área Internacional da Petrobras Nestor Cerveró, preso na Operação Lava Jato, com a empresa
    Jolmey, sediada no Uruguai, um dos paraísos fiscais latino-americanos.

    Na semana passada, o advogado Marcelo Oliveira Mello declarou ao delegado da PF Eduardo Mauat que Cerveró e outro advogado o procuraram para que ele providenciasse a abertura de uma filial brasileira da Jolmey.

    A operação foi feita e Mello foi registrado formalmente como sócio minoritário do braço brasileiro da "offshore", a Jolmey do Brasil Administração de Bens.

    Alan Marques-16.abr.2014/ Folhapress
    O ex-diretor da área internacional da Petrobras, Nestor Cerveró, em depoimento à comissão da Câmara
    O ex-diretor da área internacional da Petrobras, Nestor Cerveró, em depoimento à comissão da Câmara

    A filial foi constituída em 2008, e no mesmo ano foi assinado um contrato com a mulher de Cerveró para a locação de um apartamento de propriedade da empresa no Rio de Janeiro. O ex-diretor da Petrobras morou no imóvel até o ano passado.

    A Polícia Federal investiga se a filial foi criada apenas para ocultar a propriedade de Cerveró sobre o apartamento. A PF também quer descobrir a origem e o caminho do dinheiro usado para criar a Jolmey do Brasil.

    E-mails revelados pela revista "Veja" no mês passado sugerem que Cerveró atuou na constituição do braço brasileiro da empresa.

    O advogado do ex-diretor da Petrobras, Edson Ribeiro, nega qualquer ligação do cliente com a "offshore" uruguaia. Segundo Ribeiro, Cerveró fez apenas a indicação de advogados para a abertura da empresa e nunca teve vínculos com a companhia além do contrato de locação do imóvel no qual residiu.

    Cerveró já é réu em uma ação penal na qual a Procuradoria aponta que ele recebeu parte de propina de US$ 30 milhões paga em contratos da Petrobras. Ele nega a prática do crime.

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