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    Lava Jato

    Dilma se reúne com Graça Foster após decidir trocar comando na Petrobras

    ANDRÉIA SADI
    NATUZA NERY
    DE BRASÍLIA

    03/02/2015 16h24

    Ricardo Borges - 29.jan.15/Folhapress
    A presidente da Petrobras, Graça Foster, concede entrevista na sede da empresa, no Rio de Janeiro
    A presidente da Petrobras, Graça Foster, concede entrevista na sede da empresa, no Rio de Janeiro

    A presidente Dilma Rousseff se reuniu nesta terça-feira (3) com a presidente da Petrobras, Graça Foster, no Palácio do Planalto.

    A reunião durou cerca de três horas. A dirigente da estatal chegou ao Palácio do Planalto assim que Dilma retornou da viagem a Campo Grande (MS), por volta das 14h30. Foster deixou o Planalto pouco depois das 17h e seguiu para o aeroporto de Brasília.

    A assessoria de imprensa da Presidência afirma que não tem informações sobre o encontro. A reunião não estava prevista em nenhuma das agendas oficiais, nem de Dilma, nem de Foster.

    Na última sexta-feira, as duas já haviam conversado. Mais uma vez, Graça colocou o cargo à disposição. Desta vez, Dilma concordou em substituí-la e Graça já havia sido informada da troca, conforme antecipou a Folha na manhã desta terça, mas afirmou que precisava de um nome substituto.

    Até agora, porém, o governo não encontrou um sucessor que se disponha a assumir a estatal em meio ao escândalo de corrupção e assinar o balanço da empresa referente ao terceiro trimestre de 2014.

    De acordo com a coluna Painel desta terça, Dilma deflagrou no fim da semana passada o processo de seleção. O ministro Joaquim Levy (Fazenda) esteve pessoalmente em São Paulo, nesta segunda (2), sondando nomes para ocupar o posto.

    A divulgação da decisão de Dilma irritou a presidente, que determinou silêncio sobre o assunto no Planalto.

    A presidente vinha segurando a presença da amiga na chefia da Petrobras, mas pesou para a decisão de Dilma a divulgação na semana passada de que chegou a ser aventado que a Petrobras deveria baixar seus ativos em R$ 88 bilhões devido a corrupção e ineficiência no planejamento e execução de projetos.

    Dilma considerou o número, que acabou fora do balanço não auditado do terceiro trimestre da Petrobras, descabido e sua mera divulgação, um tiro no pé da diretoria da estatal. A maior empresa brasileira perdeu quase 3/4 de seu valor de mercado nos últimos anos devido à política de investimentos inflada e os sucessivos casos de corrupção em apuração no âmbito da Operação Lava Jato.

    A presidente também está preocupada pessoalmente com Graça, que sempre foi de sua confiança desde que presidia o Conselho da Petrobras como ministra no governo Lula. Os relatos são de que a executiva está sob forte pressão emocional devido ao caso.

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