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    Lava Jato

    CPIs perderam protagonismo, avalia ministro Pepe Vargas

    MARIANA HAUBERT
    DE BRASÍLIA

    05/02/2015 12h06

    Responsável pela articulação política entre o governo e o Congresso, o ministro Pepe Vargas (Relações Institucionais) afirmou nesta quinta-feira (5) que a recriação de novas CPIs para investigar corrupção na Petrobras não têm mais o mesmo protagonismo que tinham no passado e, por isso, podem ser irrelevantes na apuração das denúncias.

    Na avaliação do ministro, os órgãos públicos de investigação, como a Polícia Federal e o Ministério Público, tem conseguido "fazer um combate efetivo à corrupção e aos crimes contra a administração pública", o que não acontece com as CPIs.

    "O que eu sempre disse é que as CPIs, em função desse novo protagonismo dos órgãos que combatem a corrupção, as CPIs perderam o protagonismo que tinham no passado. Até porque as regras agora são diferentes. Uma pessoa pode chegar lá e pode ficar calada e não acontece nada", explicou Vargas.

    Na manhã desta quinta, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) assinou o ato de criação de uma nova CPI na casa para investigar as irregularidades na Petrobras.

    O próximo passo será a indicação dos membros pelos partidos, seguida pelo agendamento da sessão de instalação da comissão.

    O governo é contrário a uma nova apuração sobre irregularidades na estatal porque acredita que isso poderia ampliar o desgaste da empresa e do Planalto, além de ainda servir de palco para a oposição.

    "Para nós, que queremos que seja investigada a corrupção, não temos problema algum com as investigações. O que acontece é que as CPIs tem servido mais como um instrumento de disputa política do que efetivamente fazer investigação", afirmou Vargas.

    TRAIÇÕES

    Apesar dos esforços do governo para barrar a criação de comissões de investigações contra a Petrobras, 52 deputados da base governista viabilizaram o pedido para a criação da CPI. Ao todo, 182 deputados assinaram o requerimento. Para a comissão ser viabilizada, eram exigidas ao menos 171 assinaturas.

    Questionado sobre o apoio de deputados da base do governo, Vargas afirmou que "isso é uma prerrogativa e um direito de cada parlamentar".

    "Os partidos vão fazer suas indicações e as CPIs serão instaladas e o governo vai contribuir com o que for necessário para a CPI, sem problema nenhum", disse o ministro.

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