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    PT ataca silêncio de Dilma na defesa de medidas econômicas

    ANDRÉIA SADI
    CÁTIA SEABRA
    ENVIADAS ESPECIAIS A BELO HORIZONTE

    06/02/2015 12h56

    Petistas reunidos nesta sexta-feira (6) no diretório nacional da legenda criticaram, a portas fechadas, o silêncio da presidente Dilma Rousseff na defesa das medidas econômicas.

    A reunião faz parte das comemorações dos 35 anos do PT, que ocorrem nesta sexta, em evento em Belo Horizonte.

    Segundo relatos à Folha, um participante disse que o ministro Joaquim Levy (Fazenda) não recebeu voto popular. Portanto, quem precisa defender os ajustes é a presidente, reeleita em 2014.

    Renato Simões, dirigente petista, disse que, sem repactuar com os movimentos sociais, o governo e o PT serão derrotados.

    A reunião ocorre a portas fechadas em um hotel em Belo Horizonte e deve terminar no início da tarde. O ex-presidente Lula é aguardo para o debate.

    Outro dirigente petista disse que, com um mês de governo, a base já envelheceu e não dá mais as garantias de governabilidade.

    A ex-ministra Maria do Rosário disse que Eduardo Cunha (PMDB-RJ), presidente da Câmara, orquestrou um programa golpista e que o golpismo vem da base e não da oposição. Segundo ela, "estamos" em um momento pré-Lugo".

    Ela se referia ao ex-presidente paraguaio Fernando Lugo, afastado pelo Congresso do poder em 2012 por mau desempenho. O impeachment, constitucional, ocorreu de modo expresso e foi considerado por Lugo e pela esquerda latino-americana em geral um golpe.

    PACOTÃO

    Para fazer frente a resultados ruins –as contas públicas fecharam 2014 com rombo inédito de R$ 32,5 bilhões, a balança comercial começou o ano com deficit de US$ 3,2 bilhões, o governo federal anunciou uma série de aumentos de impostos, que deve incrementar o caixa do governo em R$ 20 bilhões neste ano.

    O pacote inclui a volta da Cide (tributo regulador do preço de combustíveis), zerada desde 2012, aumento do PIS/Cofins sobre a gasolina e o aumento do IOF (Imposto Sobre Operações Financeiras).

    O Planalto ainda lançou mão de cortes em direitos trabalhistas e previdenciários, gerando tensão com centrais sindicais.

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