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    Cartel dos trens ainda é alvo de dez ações na Justiça

    DE SÃO PAULO

    10/02/2015 20h10

    O caso do cartel dos trens continua na Justiça de primeira instância em São Paulo, pelos quais tramitam ações penais e inquéritos contra executivos de empresas do setor de transporte e servidores suspeitos de participação no esquema de fraudes em licitações do Metrô e da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos).

    Na Justiça Criminal estadual de São Paulo, estão em andamento desde março do ano passado sete processos criminais contra 30 dirigentes e ex-funcionários das companhias Siemens, Alstom, Bombardier, CAF, Mitsui, Temoinsa, TTrans, Tejofran, Balfour Beatty, MGE, DaimlerChrysler e Hyundai-Rotem. As empresas negam a participação em irregularidades.

    Essas ações penais têm como foco a prática dos crimes de formação de cartel e fraude à licitação.

    Também na área criminal, mas na Justiça Federal, está em andamento inquérito no qual a Polícia Federal indiciou, em dezembro, 33 pessoas por suposto envolvimento no esquema de fraudes. Nesse inquérito, estão entre os indiciados dirigentes da CPTM, como o presidente Mário Bandeira e o diretor de Operações José Luiz Lavorente, pela suposta prática do crime de fraude à licitação. Ex-diretores de empresas do setor e consultores são suspeitos de cometer os delitos de corrupção ativa e passiva, formação de cartel, fraude à licitação, lavagem de dinheiro e evasão de divisas. Os indiciados negam a prática dos crimes.

    Moacyr Lopes Junior - 14.fev.2014/Folhapress
    Trem da CPTM passa pela Estação da Luz, em São Paulo
    Trem da CPTM passa pela Estação da Luz, em São Paulo

    Após os indiciamentos, agora cabe ao Ministério Público Federal decidir se oferece denúncia formal à Justiça contra os suspeitos. A assessoria da Procuradoria informou que o procurador da República Rodrigo de Grandis "aguarda que autoridades estrangeiras enviem informações adicionais para avaliar essa possibilidade".

    No campo civil, o governo de Geraldo Alckmin (PSDB) por meio da PGE (Procuradoria-Geral do Estado) move uma ação de indenização contra as empresas acusadas de formação de cartel em razão dos prejuízos causados aos cofres públicos. A administração pediu que o valor da causa seja definido na fase final do processo.

    O Ministério Público estadual também apresentou à Justiça cível duas ações em que pede ressarcimento de mais de R$ 3 bilhões em virtude de irregularidades, e acusa de improbidade administrativa o ex-presidente do Metrô José Jorge Fagali e os ex-diretores da estatal Sérgio Corrêa Brasil e Conrado Grava Souza, sob a alegação de que foram omissos e permitiram irregularidades nas licitações. Os acusados negam envolvimento em delitos.

    Na promotoria estadual também ainda estão em curso mais de 40 inquéritos criminais e civis relativos ao caso.

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