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    Universidades do PR ameaçam cortar bolsas e até água

    LUCAS REIS
    DE SÃO PAULO

    24/02/2015 02h00

    Atingidas pelo corte de gastos da gestão Beto Richa (PSDB), as sete universidades públicas do Paraná ameaçam cortar bolsas de estudo, compra de materiais e até o pagamento de contas de água.

    Somadas, as instituições de ensino calculam que necessitam, em 2015, de R$ 124 milhões para custeio, que são utilizados também para incentivo à pesquisa, gastos com estagiários, entre outros.

    O governo paranaense, porém, sinalizou que poderá disponibilizar menos de 10% deste montante e ofereceu R$ 9 milhões a serem repartidos entre as universidades.

    Este valor, afirmam as instituições, não seria suficiente nem mesmo para o pagamento do Pasep, cuja contribuição é obrigatória. Nesta terça (24), os sete reitores vão se reunir com o governador Beto Richa, reeleito no ano passado, munidos de relatórios que apontam a impossibilidade de começar as aulas por falta de recursos.

    Além disso, professores e servidores estão em greve, completando o cenário caótico no ensino superior.

    "Se for mantida essa decisão do governo, não é exagero dizer que algumas universidades serão obrigadas a fechar. Não falo em extinguí-las, mas, sem recursos, é impossível trabalhar", disse Aldo Nelson Bona, reitor da Unicentro e presidente da Apiesp (Associação Paranaense das Instituições de Ensino Superior Público).

    Sem o custeio, a UEL (Universidade Estadual de Londrina) teme o corte de pelo menos 500 bolsas científicas, 300 estagiários e auxílio-moradia. "Atualmente não fazemos a manutenção predial adequadamente e não tivemos reposição de estoque. Não temos uma fonte alternativa para substituir este custeio", disse a reitora Berenice Quinzani Jordão.

    Em 2015, a UEL calcula um custeio de R$ 29,3 milhões, além de outros R$ 4,2 milhões para o hospital universitário. Na semana passada o governo liberou R$ 2,7 milhões para os quatro hospitais universitários. "Recebemos R$ 333 mil, o equivalente a apenas um mês de custeio do hospital", afirmou Berenice.

    Na Unespar (Universidade do Estado do Paraná), a crise interrompeu até a reforma dos banheiros, inacabados. A Unicentro (Universidade Estadual do Centro-Oeste) ameaça suspender o pagamento de serviços prestados por estatais e de contratos firmados com terceirizadas, dispensar todos os estagiários e cortar bolsas científicas.

    Em nota, a Secretaria da Fazenda informou que o imbróglio deverá ser resolvido na reunião desta terça-feira.

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