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    Renan defende corte em cargos comissionados do Executivo

    MARIANA HAUBERT
    DE BRASÍLIA

    25/02/2015 18h24

    O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), fez nesta quarta-feira (25) uma crítica à presidente Dilma Rousseff sobre a forma como ela está conduzindo o ajuste fiscal no país e sugeriu que ela corte temporariamente metade dos cargos em comissão no Executivo como forma de economizar e ajudar o país a enfrentar a crise econômica.

    "Fazer ajuste sem tocar no setor público, sem tocar em contratos, é um ajuste que não vai convencer a sociedade. A sociedade tem que ficar absolutamente convencida que o poder público está fazendo a sua parte e que vai cortar. [...] Quando a economia voltar a crescer, então você preenche metade dos cargos em comissão", afirmou.

    Segundo a conta do peemedebista, Dilma teria que congelar cerca de 11,5 mil cargos de direção e assessoramento do governo federal. Esses cargos, em geral, são distribuídos por padrinhos políticos. De acordo com o Ministério do Planejamento, em dezembro de 2014 haviam 23 mil pessoas em cargos comissionados no Executivo federal.

    Para o peemedebista, o governo tem que dar o exemplo primeiro antes de cobrar da população. Para ele, o governo não pode passar para a sociedade a impressão de que está transferindo a conta do ajuste para o mais pobre.

    "É preciso revisar contratos, é preciso cortar no setor público. Que o ajuste tenha começo, meio e fim e que a sociedade entenda, desde logo, que o ajuste vai reequilibrar o país do ponto de vista fiscal e que o país, como consequência, vai retomar o crescimento", afirmou.

    Renan citou o Senado como exemplo para a presidente Dilma. De acordo com ele, a Casa conseguiu gastar menos recursos em 2014 do que havia gastado em 2013 ao cortar cerca de 30% dos cargos comissionados e adotar outras medidas de economia.

    "O que nós fizemos no Senado e nós achamos que é preciso que se faça no governo federal. Pode-se fazer uma regra de não ocupar agora e quando a economia voltar a crescer, ao seu curso natural, se ocupa. O setor público tem que dar uma demonstração que está pagando parte da conta. Se não houver isso, como você vai exigir da sociedade fazer um sacrifício?", disse.

    O ajuste fiscal apresentado pelo governo em dezembro altera as regras para acesso a benefícios trabalhistas e previdenciários, como seguro-desemprego, abono salarial e pensão por morte.

    'ESCORREGADÃO'

    Renan defendeu o ajuste fiscal promovido pelo governo mas rebateu o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, ao dizer que houve um "escorregadão" [sic] do governo na área fiscal.

    Nesta terça-feira (24), Levy disse ao defender o avanço da responsabilidade fiscal no país que pode ter havido sim uma "escorregadazinha" no setor.

    "Parece que não foi uma escorregadinha, foi um escorregadão e que o ajuste tem que ser mais amplo, mais profundo", disse Renan.

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