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    Lava Jato

    Juiz da Lava Jato determina bloqueio de R$ 106 mi de Nestor Cerveró

    ALEXANDRE ARAGÃO
    DE SÃO PAULO

    26/02/2015 19h04

    O juiz federal Sergio Moro, responsável por julgar ações relacionadas à Operação Lava Jato, determinou que a Receita Federal bloqueie as contas do ex-diretor da área Internacional Nestor Cerveró até o valor de R$ 106 milhões. A quantia é equivalente aos US$ 40 milhões que o ex-executivo teria recebido em propinas, segundo o Ministério Público Federal.

    Moro utilizou a cotação de R$ 2,65 para chegar à quantia determinada. Pelo despacho, o MPF foi autorizado a requisitar à Receita Federal que quebre o sigilo bancário de Cerveró entre os anos de 2004 a 2014 a fim de bloquear os valores.

    O dinheiro diz respeito a dois contratos que a estatal celebrou com a Samsung Heavy Industries —área da transnacional coreana que cuida de estaleiros—, para o fornecimento de dois navios-sonda. Cerveró recomendou à diretoria da Petrobras que a empresa fosse a escolhida, o que de fato ocorreu: um dos contratos foi assinado em julho de 2006 e outro em maio do ano seguinte. Ao todo, eles somam US$ 1,2 bilhão, em valores da época.

    Sergio Lima-2.dez.2014/Folhapress
    O ex-diretor da área Internacional da Petrobras Nestor Cerveró, que teve o sigilo bancário quebrado
    O ex-diretor da área Internacional da Petrobras Nestor Cerveró, que teve o sigilo bancário quebrado

    Julio Camargo, delator na Lava Jato e ex-executivo da Toyo Setal, atuou como consultor da Samsung nesse caso específico. Como parte de seu acordo de delação premiada, Camargo revelou o esquema ao MPF. Ele teria recebido US$ 40,4 milhões pela consultoria —os contratos entre Camargo e a Samsung previam um valor maior.

    Parte do montante, então, foi repassado ao lobista Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano, responsável por ligar Julio Camargo ao ex-diretor Cerveró. Ainda de acordo com o depoimento de Camargo, Baiano recebeu US$ 14,8 milhões ao todo, em pagamentos feitos em dezenas de parcelas.

    O doleiro Alberto Youssef foi responsável por fazer a transferência de parte do valor das contas de empresas no nome de Camargo para Baiano, e teria recebido uma taxa para realizar o serviço.

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