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    Governo de Minas diz não ter nenhum centavo para investir

    PAULO PEIXOTO
    DE BELO HORIZONTE

    28/02/2015 02h00

    A gestão de Fernando Pimentel (PT-MG) comunicou à Assembleia de Minas Gerais que terá de reduzir a previsão orçamentária para este ano e que dependerá de empréstimos, num total de R$ 3 bilhões, para poder fazer investimentos mínimos.

    Segundo Pimentel, o valor de R$ 6,2 bilhões de arrecadação, previsto no orçamento pela gestão de Antonio Anastasia, do PSDB, é irreal.

    A previsão, agora, é de crescimento zero da arrecadação estadual.

    "O Estado não tem nenhum centavo para investir", resumiu o secretário de Planejamento de Minas, Helvécio Magalhães.

    Pelos cálculos do governo petista, o valor total do Orçamento para este ano deve ser reduzido de R$ 83 bilhões para R$ 77 bilhões.

    Já o secretário de Governo, o petista Odair Cunha, culpou a gestão passada por ter feito, segundo ele, uma proposta orçamentária sem base na realidade fiscal.

    Ele disse que "a receita foi superestimada e a despesa subestimada", com "omissão por parte do governo anterior de dados importantes".

    Cunha afirma, por exemplo, que foram lançados na receita dividendos de estatais já pagos e que as despesas salariais com servidores ficaram aquém do saldo do ano passado.

    Henrique Chendes/Divulgação
    O governador Fernando Pimentel (PT), em sua posse
    O governador Fernando Pimentel (PT), em sua posse

    SEM MANOBRA

    O deputado estadual Lafayette de Andrada, que foi líder dos governos do PSDB no Legislativo e integra a comissão de Orçamento da Casa, afirma que o problema não é com o Orçamento, mas com a economia do país conduzida pelo PT.

    "Não existe manobra. A questão é que o Orçamento foi feito em setembro do ano passado e depois disso a economia vem caindo", disse.

    PREVISÕES INFLADAS

    Segundo ele, as previsões de arrecadação foram feitas com projeção de crescimento do PIB de 3%, feito pelo próprio governo federal no seu Orçamento. A previsão agora é de crescimento zero.

    O secretário de planejamento de Pimentel disse que os R$ 3 bilhões em empréstimos que o Estado deverá receber serão utilizados para pagar obras em curso e que estejam mais avançadas.

    Desse valor, R$ 1 bilhão virá do Banco do Brasil e os outros R$ 2 bilhões já foram autorizados pelo Ministério da Fazenda. Os empréstimos foram negociados ainda na gestão passada, do PSDB.

    Magalhães disse que a prioridade do Orçamento estadual será aplicar em saúde e educação, que têm obrigações constitucionais.

    A proposta orçamentária foi apresentada pelo governo tucano em setembro de 2014, mas, por conta das eleições, a votação foi adiada.

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