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    Lava Jato

    Youssef cita BTG em esquema com propina

    DE SÃO PAULO

    02/03/2015 02h00

    O doleiro Alberto Youssef, preso na Operação Lava Jato, disse em depoimento ao Ministério Público Federal que recebeu a informação de que empresa ligada ao BTG Pactual participou de negócio da BR Distribuidora, subsidiária da Petrobras, que envolveu pagamento de suborno.

    Segundo o doleiro, que fez acordo de delação premiada, a participação de empresa ligada ao banco de investimentos, do empresário André Esteves, foi confirmada pelo consultor do setor de energia Pedro Paulo Leoni Ramos, que teria intermediado a operação com a BR Distribuidora.

    Em depoimento divulgado neste final de semana pela revista "Época", o doleiro explica que propina de R$ 6 milhões foi resultante de investimento de R$ 300 milhões feito em 2012 pela BR Distribuidora na rede de postos de gasolina Derivados do Brasil, a DVBR, criada em parceria entre Esteves e o empresário Carlos Santiago, o Carlinhos.

    Youssef, que diz ter sido encarregado de distribuir o dinheiro por Ramos, detalha que metade dele teria sido entregue para o senador e ex-presidente da República Fernando Collor de Mello (PTB-AL), como revelou a Folha na última terça-feira (24).

    O restante da propina, de acordo com o doleiro, teria sido distribuído para funcionários da BR e para Ramos.

    O doleiro afirma que, ao distribuir a propina, manteve contatos com Carlinhos e com PP, mas que não se encontrou com nenhum funcionário da empresa ligada ao BTG. Em seu depoimento, ele não menciona o nome de Esteves.

    PP, como é conhecido o consultor do setor de energia, é amigo de Collor desde a juventude. Foi ministro da Secretaria de Assuntos Estratégicos no governo do senador (1990-1992) e é dono de uma empresa de consultoria que também fazia negócios com Youssef, a GPI Participações e Investimentos.

    PP é alvo ainda de investigações da força-tarefa da Operação Lava Jato em razão do repasse de R$4,3 milhões que uma de suas empresas fez à companhia MO Consultoria, de Youssef.O depoimento do doleiro à força-tarefa da Lava Jato em Curitiba foi feito entre outubro e novembro de 2014.

    Collor negou que tenha recebido propina e disse que as afirmações do doleiro sobre o caso padecem de "falta de veracidade e credibilidade".

    Procurada, a assessoria de imprensa do BTG Pactual informou que o investimento na DVBR não foi feito pela instituição financeira, mas pela BTG Alpha Participações, uma companhia de investimentos dos sócios do BTG.

    A empresa nega envolvimento no esquema e ressalta que o depoimento de Youssef não menciona Esteves. "Esteves jamais teve contato com Youssef e Pedro Ramos", diz.

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