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    Governo teme que ato da CUT anime protestos anti-Dilma

    ANDRÉIA SADI
    DE BRASÍLIA

    03/03/2015 02h00

    Ministros do governo Dilma Rousseff temem que o ato marcado para o dia 13 de março pela CUT (Central Única dos Trabalhadores) em defesa da Petrobras "infle" o movimento pró-impeachment agendado para 15 de março em diversas cidades do país.

    Para governistas, o ato da CUT poderá acirrar os ânimos e ser visto como provocação pelos organizadores da manifestação contra a presidente Dilma de dois dias depois.

    Para evitar o "confronto", a ideia de assessores presidenciais é enviar emissários nos próximos dias para convencer dirigentes da CUT a adiar o evento.

    Grupos de oposição ao governo organizados nas redes sociais, que promoveram protestos contra a presidente no fim do ano passado, logo após a reeleição da petista, convocaram novas manifestações contra Dilma para o dia 15 de março, um domingo, em pelo menos 50 cidades, incluindo São Paulo e outras capitais.

    Um ministro ouvido pela reportagem diz que o governo quer evitar a "competição" entre os dois eventos, o que levará a uma comparação de público e mobilização.

    A preocupação de auxiliares do Palácio do Planalto, segundo o ministro, é que o evento da CUT não seja bem sucedido já que a central não é atualmente um polo aglutinador para Dilma.

    PACOTE

    Apesar dos esforços do governo para aprovar no Congresso um pacote de medidas para reduzir gastos neste ano, a CUT, em sua página na internet, conclama trabalhadores, movimentos sociais e militantes para ir às ruas "contra a retirada de direitos, em defesa dos direitos da classe trabalhadora, da Petrobras e da reforma política".

    O pacote do governo inclui ações que dificultam o acesso a benefícios trabalhistas como o seguro desemprego e tem provocado reações negativas no Congresso, onde será apreciado.

    Em reunião da executiva nacional do PT, no último dia 26, petistas compararam o movimento pró-impeachment à crise na Venezuela. A resolução elaborada no encontro insistiu na tese de que a crise no Brasil é objeto de uma ofensiva golpista para desestabilizar "governos progressistas", a exemplo do que estaria acontecendo na Venezuela e na Argentina.

    'DESAFORADA'

    Na semana passada, o ex-presidente Lula participou de um encontro no Rio também em defesa da Petrobras. O ato reuniu políticos, artistas, escritores e jornalistas na sede da Associação Brasileira de Imprensa.

    Na ocasião, o ex-presidente disse que a oposição está ''desaforada'' e conclamou a militância a ir para as ruas defender a estatal e o governo Dilma. Ele também afirmou que Dilma precisa "levantar a cabeça".

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