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    Com 2 meses de gestão no CE, petista perde 2 secretários de seu governo

    DIÓGENES CAMPANHA
    DE SÃO PAULO

    04/03/2015 12h05

    Pedro Ladeira - 4.nov.2011/Folhapress
    O governador do Ceará, Camilo Santana (dir.), ao lado de Cid Gomes e de Henrique Fontana (centro)
    O governador do Ceará, Camilo Santana (dir.), ao lado de Cid Gomes e de Henrique Fontana (centro)

    Com dois meses de mandato, o governador do Ceará, Camilo Santana (PT), enfrenta uma crise que já causou a saída de dois secretários de sua gestão.

    O deputado estadual David Durand (PRB), que ocupava a Secretaria do Esporte, deixou a pasta no último dia 20 fazendo críticas ao ex-chefe. Já Odécio Carneiro foi exonerado do cargo de secretário-executivo da Segurança Pública sob a alegação de que estava fazendo "postagens políticas" na internet.

    A saída de Durand da Secretaria do Esporte obrigou o governo a recuar em um dos pontos da reforma administrativa proposta pelo governador e aprovada no último dia 26 de fevereiro pela Assembleia Legislativa.

    A intenção inicial era transferir a gestão da Arena Castelão e de um centro de formação olímpica para a Casa Civil, desagradando o então secretário.

    O secretário da Casa Civil, Alexandre Landim, é um dos aliados mais próximos de Santana. Após a demissão, o governo mudou o texto da reforma administrativa e manteve o estádio e o centro olímpico na pasta do Esporte. Mesmo assim, Durand não deve retomar o posto.

    Durand não quis falar com a Folha sobre a saída. Na nota pública em que divulgou seu pedido de exoneração, ele atribuiu a mudança na administração dos equipamentos esportivos a "intervenções políticas adversas à boa gestão" e disse que a medida era "incompreensível e fonte de constrangimento".

    Em nota, o governo negou que pretendesse transferir os equipamentos esportivos para a Casa Civil, mas disse que fez emendas à reforma para "esclarecer a questão".

    Sobre o ex-secretário-executivo da Segurança Carneiro, a gestão Santana disse que a decisão de trocá-lo foi do titular da pasta, Delci Teixeira.

    IRREGULARIDADES

    Segundo a Secretaria da Segurança, Carneiro enfrentava resistência do governo por ter sido candidato a deputado estadual em 2014. Mesmo assim, foi nomeado com a promessa de que "a pasta não tivesse interferência política".

    Ainda de acordo com nota da secretaria, Carneiro descumpriu a orientação e fez comentários "de cunho político na internet".

    Em um perfil no Facebook, ele escreveu que manteria "absoluto silêncio sobre essa crise que estamos atravessando", mas postou links de reportagens que afirmavam que sua demissão ocorreu porque ele teria descoberto irregularidades em contratos –o que a pasta nega.

    A reportagem não conseguiu contatar o ex-secretário-executivo.

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