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    Governo cogita novos cortes para garantir sucesso de ajuste, diz ministro

    DE BRASÍLIA

    04/03/2015 16h28

    Pedro Ladeira/Folhapress
    O ministro Pepe Vargas, à direita de Dilma, em reunião com líderes da base aliada, no Planalto
    O ministro Pepe Vargas, à direita de Dilma, em reunião com líderes da base aliada, no Planalto

    O ministro Pepe Vargas (Relações Institucionais) afirmou nesta quarta (4) que, se necessário, o governo fará novos cortes para garantir o sucesso do ajuste fiscal proposto pelo governo.

    "Não há risco nenhum do governo não cumprir o superávit primário de 1,2% que ele fixou. Nenhum", afirmou o ministro.

    "Se eventualmente o Congresso Nacional fizer algum ajuste que não é exatamente aquilo que o governo encaminhou na proposta original, isso obviamente será ajustado no corte de outros gastos. Não há problema nenhum", completou.

    Na terça (3), o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), decidiu rejeitar uma das medidas provisórias editadas pela presidente Dilma Rousseff para aumentar a arrecadação.

    Mesmo com a imediata decisão de Dilma de mandar um projeto de lei para substituir a MP rejeitada, a entrada em vigor da norma (que altera descontos tributários de folhas de pagamento) será atrasada, o que prejudica o ajuste.

    De acordo com Pepe, a segurança sobre o cumprimento do superávit (economia que o governo faz para pagar dívidas) decorre também do fato de que "o principal [...] o governo já está fazendo".

    "Nós temos uma autorização para, enquanto não é votada a lei orçamentária, podermos utilizar 1/12. Estamos utilizando 1/18. Estamos fazendo uma economia de 33% superior à autorização que a gente tem. O governo já começou a fazer as medidas de ajuste fiscal no final do ano passado."

    Pepe disse ainda que as medidas que estão no Congresso "são importantes mais no longo prazo do que no curto prazo".

    O ministro falou com jornalistas após reunião no Palácio do Planalto entre Dilma e líderes de partidos que apoiam o governo no Senado e na Câmara.

    Segundo ele, para recompor a estabilidade da base, Dilma passará a fazer reuniões do tipo todos os meses.

    O líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE) afirmou, também depois do encontro, que "não tem essa de crise".

    "Existe uma relação que está sendo pacificada, e nossa perspectiva é garantir estabilidade na base do governo", afirmou o petista.

    CRISE COM RENAN

    Para o ministro, apesar do ato da terça, Renan não é um adversário do governo.

    "Sem sombra de dúvidas, [ele] faz parte de um partido da base, não consideramos o presidente [do Senado] Renan um adversário. Foi uma divergência quanto ao procedimento. Temos que dialogar com ele."

    Ele rejeitou a hipótese de que o peemedebista tenha retaliado o governo por estar na lista de políticos que serão investigados por envolvimento no esquema de corrupção na Petrobras.

    "São interpretações [de alguns veículos de comunicação]. Não há, absolutamente, [possibilidade] de o governo incluir ou tirar alguém da lista. Isso significaria haver uma especulação de que o Ministério Público poderia ser influenciado, e não teria autonomia e independência."

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