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    Homenagem a Campos em Hospital da Mulher do Recife vira polêmica em PE

    PATRÍCIA BRITTO
    DE SÃO PAULO

    05/03/2015 13h03

    Um projeto de lei para homenagear o futuro Hospital da Mulher do Recife com o nome do ex-governador Eduardo Campos virou alvo de críticas nas redes sociais.

    As reclamações vão desde o fato de a homenagem não ser a uma mulher até a grande quantidade de obras batizadas com o nome do ex-governador, que morreu em acidente aéreo em agosto, durante a campanha presidencial.

    "Grande mulher, parideira, essa Eduardo Campos", ironizou uma internauta ao compartilhar a notícia sobre a homenagem no Facebook.

    "Depois do Hospital da Mulher Eduardo Campos, o próximo passo do @governope é criar um hospital israelita com o nome de Adolf Hitler", escreveu outro usuário em sua conta no Twitter.

    "Mas o prêmio surrealismo de hoje vai para o Hospital da Mulher que se chamará Eduardo Campos", comentou outra internauta.

    O projeto de lei, de autoria do vereador Gilberto Alves (PTN), está em tramitação nas comissões da Câmara Municipal e ainda não tem data para ser votado no plenário. No texto, ele justifica a homenagem ao ex-governador "pela grandeza dos seus atos como homem público e exemplar chefe de família".

    O vereador rebate as críticas e diz que quer fazer a homenagem devido às políticas do ex-governador voltadas para a mulher, como a criação da Secretaria da Mulher e do programa Mãe Coruja. Alves destaca ainda que a gestão de Eduardo Campos doou à Prefeitura do Recife o projeto executivo do hospital, no valor de R$ 900 mil.

    "Por que só quem pode defender políticas para a mulher são as mulheres?", disse à Folha. Segundo ele, a homenagem "é um reconhecimento a alguém que, mesmo não sendo mulher, tinha uma preocupação fundamental com a causa da mulher".

    Além do projeto de Alves, tramitam na Câmara outras três propostas para dar nome ao mesmo hospital: da médica e ex-militante do Partido Comunista Brasileiro Naíde Teodósio (1915-2005); da viúva do escritor Renato Carneiro Campos, Pompéia Carneiro Campos (1932-2012); e da ex-deputada federal Cristina Tavares (1934-1992).

    Orçado em R$ 57 milhões, o hospital deveria ter sido inaugurado em outubro, mas ainda está em obras. Segundo a prefeitura, o atraso se deve à demora nos repasses da União. A nova previsão é que o hospital seja inaugurado até o fim de 2015.

    HOMENAGENS

    Desde sua morte, Campos já recebeu diversas homenagens em Pernambuco. Entre as mais recentes estão a criação de uma medalha e a inauguração de um busto pela Federação Pernambucana de Futebol, em fevereiro.

    O pessebista também já deu nome a uma escola, a um complexo portuário e a uma adutora. Em dezembro, a estatal de turismo também recebeu o nome dele. Uma barragem que será construída em São Bento do Una ainda não teve obras iniciadas, mas já foi batizada com o nome de Campos.

    Há ainda outras propostas de vereadores e deputados estaduais para dar o nome do ex-governador a construções como ruas e avenidas.

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