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    Após bate-boca na CPI, deputado do PSOL é acionado por quebra de decoro

    MÁRCIO FALCÃO
    AGUIRRE TALENTO
    DE BRASÍLIA

    06/03/2015 19h12

    O bate-boca que marcou a primeira reunião de trabalho da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Câmara que investiga irregularidades na Petrobras rendeu uma representação por quebra de decoro parlamentar contra o deputado Edmilson Rodrigues (PSOL-PA).

    O parlamentar protagonizou um embate com o presidente da CPI, Hugo Motta (PMDB-PB), quando ele anunciou que iria criar quatro sub-relatorias para conduzir as investigações. Na prática, isso reduz o poder do PT, que possui a relatoria, cargo responsável por ditar o foco da apuração.

    O PT e o PSOL reclamavam que o presidente não poderia, por conta própria, criar as sub-relatorias e indicar seus membros. Neste momento, Rodrigues chamou Motta de "moleque" e "coronel", que rebateu dizendo que "quem manda aqui é o presidente".

    Apresentada pelo deputado Daniel Vilela (PMDB-GO) e outros peemedebistas, a representação foi encaminhada pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) para a Corregedoria, que irá analisar se o caso justifica a abertura de quebra de decoro e enviará para a cúpula da Casa avaliar a situação do deputado.

    Veja vídeo

    Na ação, os peemedebistas alegam que Rodrigues demonstrou preconceito contra nordestinos e jovens ao atacar Motta, além de ferir as regras da Casa que determinam urbanidade no tratamento entre parlamentares e servidores.

    Se o parecer da corregedoria for a favor de um processo e a Mesa Diretora acolher, ele terá que responder no Conselho de Ética da Casa, que pode aplicar desde advertência até cassação.

    Motta, aos 25 anos e em seu segundo mandato, foi alçado à presidência da CPI pelo presidente da Câmara, que tem bancado suas decisões e nos bastidores articula uma atuação da comissão para acuar o Palácio do Planalto.

    Cunha, inclusive, tem defendido as ações de Motta e criticou o bate-boca. "As pessoas estão acostumadas a achar que no Parlamento tem que ter confusão e ganhar no grito. Temos que fazer o que for correto para a investigação prosseguir", disse. Para o presidente da Casa, as sub-relatorias não tiram poder do relator.

    Procurado, Edmilson afirmou que "não houve ofensa moral" e repetiu a defesa feita no dia da CPI, de que sua declaração se restringiu a dizer "não amoleque essa CPI". Ele afirma que estava ocorrendo um debate sobre a criação das sub-relatorias e que parlamentares se rebelaram contra uma "postura coronelista" do presidente, que queria criá-las e indicar os sub-relatores sem consulta aos demais membros.

    Editoria de Arte/Folhapress
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