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    Lava Jato

    Costa diz que Roseana recebeu R$ 3 mi do esquema, mas doleiro não confirma

    MARIO CESAR CARVALHO
    DE SÃO PAULO

    07/03/2015 01h33

    O ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa disse ter repassado R$ 2 milhões em 2010 e R$ 1 milhão em 2008 à ex-governadora do Maranhão, Roseana Sarney. Segundo Costa, os dois pagamentos ilícitos foram solicitados pelo ex-ministro das Minas e Energia do governo de Dilma Rousseff, Edson Lobão.

    No primeiro depoimento sobre o pagamento de R$ 2 milhões a Roseana, Costa afirmou que Lobão fez o pedido em seu gabinete no ministério. Ele disse também que esteve com Roseana no Palácio dos Leões, sede do governo maranhense, e que a governadora tratou da propina em uma reunião entre os dois "de forma rápida".

    Ainda segundo Costa, a propina tinha relação com a refinaria Premium 1, que a Petrobras estava construindo no Maranhão, mas decidiu paralisar a obra no último mês.

    Em um novo depoimento, o relato aparece recheado de dúvidas. O ex-diretor da Petrobras disse não se recordar se a reunião com Lobão haviam ocorrido na casa do ministro ou no ministério. Ele cita que os repasses foram feitos pelo doleiro Alberto Youssef, que não confirma nenhum dos pagamentos a Roseana.

    Segundo Youssef, ele fez um pagamento de R$ 2 milhões, mas foi num hotel em São Paulo, na avenida Faria Lima, na zona oeste da cidade. Quem recebeu o dinheiro foi uma pessoa que parecia ser um motorista por causa do tipo de terno que usava, de acordo com o relato do doleiro.

    Youssef disse também que em 2008 Costa não tratava desses pagamentos diretamente com ele, mas com o então deputado José Janene (PP-PR), que morreu em 2010 de problemas cardíacos. Só após a morte de Janene, conta o doleiro, é que Costa passou a tratar dessses repasses diretamente com ele.

    Apesar das divergências entre as versões de Costa e de Youssef, o Ministério Público Federal considerou que havia elementos suficientes para a abertura de inquérito contra Roseana e Lobão. O ministro Teori Zavascki concordou e mandou instaurar um inquérito para apurar os supostos repasses.

    Procurado pela Folha, o advogado de Roseana e de Lobão, Antônio Carlos de Almeida Castro,, o Kakay, não foi localizado na noite desta sexta-feira (6) para comentar as acusações de Costa.

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