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    Em cadeia nacional de rádio e TV, Dilma defenderá ajuste

    ANDRÉIA SADI
    DE BRASÍLIA

    08/03/2015 02h00

    A presidente Dilma Rousseff vai usar o pronunciamento na TV neste domingo (8), por ocasião do Dia Internacional da Mulher, para defender os ajustes propostos por sua equipe econômica.

    O tom do pronunciamento em cadeia nacional será o do discurso feito sexta (6), em Minas Gerais, quando ela disse que as medidas propostas para o ajuste fiscal são necessárias no contexto da crise.

    Dilma deve voltar a responsabilizar o agravamento da crise internacional pela necessidade das medidas já tomadas.

    Pedro Ladeira - 07.mar.2015/Folhapress
    Dilma Rousseff, que fará pronunciamento neste domingo
    Dilma Rousseff, que fará pronunciamento neste domingo

    Ela dirá que a crise mundial durou muito e que a forma de lidar com ela em um primeiro momento foi de um jeito e deu certo, mas que, com a continuidade da crise, os métodos tiveram que ser diferentes. Por isso, o ajuste de agora.

    Esta é a primeira vez que Dilma recorre à cadeia nacional de rádio e televisão para falar das medidas econômicas adotadas por Joaquim Levy (Fazenda).

    Na semana passada, numa medida mais drástica que o esperado, o governo Dilma desidratou o programa de desoneração tributária da folha de pagamentos das empresas, sua principal iniciativa para a geração e a preservação de empregos.

    A medida provisória sobre o tema acabou sendo devolvida pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), que reclamou da falta de diálogo do Planalto com o Congresso antes do envio do pacote sobre desonerações.

    A atitude de Renan, muito pouco comum no histórico da relação Planalto-Senado, foi interpretada no meio político como uma retaliação diante do não atendimento de seus pleitos no governo.

    Renan também teria feito isso como sinal de protesto pelo fato de seu nome ter sido listado entre os políticos com pedido de investigação na Operação Lava Jato. O governo nega que tenha influenciado na confecção da lista enviada pelo Ministério Público ao Supremo

    A medida provisória acabou sendo substituída por um projeto de lei, que não tem validade imediata.

    O governo também suspendeu crédito para beneficiários do Minha Casa Minha Vida comprarem móveis e eletrodomésticos. O programa era uma das vitrines do governo.

    O discurso de Dilma ocorre uma semana antes dos protestos contra o governo e pró-impeachment, marcados para o dia 15 em várias cidades.

    Apesar de reconhecer as dificuldades, Dilma deve afirmar que o país vai superar a crise e que os ganhos dos anos Lula não serão perdidos.

    O texto foi elaborando pelo marqueteiro João Santana e pelo ministro Aloizio Mercadante (Casa Civil). E contou com colaborações de Levy.

    Dilma também falará da lei do feminicídio, aprovado no dia 3 como agravante no Código Penal pela Câmara dos Deputados. O projeto, que será sancionado nesta segunda (9), diz que matar uma mulher por razões de gênero, como no caso de violência doméstica, passa a ser agravante do crime de homicídio.

    Em 2014, Dilma aproveitou o pronunciamento para promover programas do governo nos quais as mulheres são as maiores beneficiárias.

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