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    Lava Jato

    Governador da BA diz que frase de vice foi inadequada, mas defende político

    JÚLIO REIS
    COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DE SALVADOR

    08/03/2015 17h03

    O governador da Bahia, Rui Costa (PT), definiu neste domingo (8) como inadequada a declaração de seu vice, João Leão (PP), dada à Folha na última sexta-feira (6), de que estaria "cagando e andando" para o fato de constar na lista dos investigados da operação Lava Jato. Apesar da ressalva, o petista defendeu a inocência de seu vice.

    "No momento de dor e de revolta você pode acabar pronunciando palavras que não sejam as mais adequadas", disse Costa na manhã deste domingo, durante evento em Salvador. "Mas sua indignação é de alguém que vai lutar para provar a sua inocência. Desde o princípio ele foi enfático em afirmar que não tinha relação com esses fatos. Eu continuo confiando nele."

    Em entrevista por telefone à Folha, na sexta, o vice-governador baiano disse que estava "cagando e andando, no bom português, na cabeça desses cornos todos". "Sou um cara sério, bato no meu peito e não tenho culpa."

    Diante da má repercussão da frase, o vice publicou nota mais amena e, neste domingo, pediu desculpas pela declaração.

    A divulgação da lista de políticos investigados na Lava Jato deixou em segundo plano o evento que contou com a presença do governador e de outros políticos em homenagem ao Dia da Mulher, neste domingo, em Salvador. O petista, que falou aos jornalistas por 12 minutos, passou nove deles respondendo perguntas sobre a operação.

    Rui Costa disse ainda que Leão não deve ser afastado da Secretaria de Planejamento, cargo que também ocupa na administração estadual. "Não tenho motivo nenhum para afastá-lo. Ele foi citado por alguns dos delatores. O que o STF fez foi autorizar o início do processo de investigação. Então, como posso afastá-lo, se nem sequer ele ainda foi investigado? Não há ainda provas que confirmem ou neguem essas delações."

    O governador baiano aproveitou para defender o fim do financiamento privado de campanha, que avalia como a raiz da maior parte dos casos de corrupção no país.

    Nenhum dos quatro políticos baianos citados na lista do procurador Rodrigo Janot acompanharam o governador no evento desta manhã. Além de Leão, serão investigados Mário Negromonte (PP), ex-ministro das Cidades, o deputado federal Roberto Britto (PP) e o ex-deputado federal Luiz Argôlo (SD).

    Já parlamentares que participaram do encontro e que compõem a base governista demonstraram desconforto com as declarações de Leão, embora considerem ainda cedo dizer como as investigações terão impacto na política local.

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