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    Eduardo Cunha vai falar à CPI da Petrobras nesta quinta-feira

    AGUIRRE TALENTO
    MÁRCIO FALCÃO
    DE BRASÍLIA

    10/03/2015 10h28

    O presidente da CPI da Petrobras, Hugo Motta (PMDB-PB), anunciou no início da sessão desta terça-feira (10) que o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), será ouvido pela CPI na próxima quinta-feira (12) sobre as suspeitas de envolvimento no esquema de desvios da Petrobras.

    Cunha foi acusado pelo doleiro Alberto Youssef de ter recebido propina referente a um contrato da petroleira. Ele nega e afirma que o governo atuou para que ele fosse alvo da investigação.

    Apesar de o PPS e o PSOL terem apresentado requerimentos pedindo a convocação de Cunha, Motta afirmou que foi procurado pelo próprio presidente da Câmara, que disse querer ir "espontaneamente" à comissão.

    "Ontem (9/3) à noite recebi uma ligação do presidente [Eduardo Cunha] expressando seu desejo de vir até esta comissão", anunciou Hugo Motta.

    A decisão, porém, foi questionada pelo deputado Ivan Valente (PSOL-SP), que argumentou que a CPI "deveria escolher o melhor momento para este depoimento", e não imediatamente, porque ainda poderiam surgir novos fatos.

    Motta rebateu e confirmou o depoimento de Cunha, que ocorrerá no mesmo dia do depoimento do ex-presidente da Petrobras Sérgio Gabrielli.

    "Enquanto o requerimento não for aprovado, sempre vamos respeitar aquele parlamentar que quiser vir espontaneamente a essa comissão prestar o esclarecimento necessário", afirmou Hugo Motta.

    Outros deputados, como Ivan Valente e Mendonça Filho (PE), líder do DEM, defenderam que os parlamentares que são alvo de inquérito no Supremo Tribunal Federal por causa da Operação Lava Jato e participam da CPI deveriam ser afastados.

    Os deputados Sandes Júnior (PP-GO) e Lázaro Botelho (PP-TO) participam da CPI e são investigados pelo Supremo. Outro membro da CPI, Cacá Leão (PP-BA), é filho do vice-governador da Bahia João Leão (PP), também alvo de inquérito. Todos são apontados como beneficiários do esquema de desvios da Petrobras.

    O relator da CPI, Luiz Sérgio (PT-RJ), declarou que presidente e relator não têm poderes de afastar os parlamentares. "Essa é uma tarefa das lideranças partidárias".

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