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    Lava Jato

    Anastasia chama acusação de 'infâmia' e é defendido por cúpula do PSDB

    GABRIELA GUERREIRO
    DE BRASÍLIA

    10/03/2015 16h36

    Pedro Ladeira/Folhapress
    O senador Antonio Anastasia (PSDB-MG) discursa na tribuna do plenário do Senado
    O senador Antonio Anastasia (PSDB-MG) discursa na tribuna do plenário do Senado

    Único tucano incluído na lista de pedidos de investigação elaborada pela Procuradoria-Geral da República, o senador Antonio Anastasia (PSDB-MG) subiu à tribuna do Senado nesta terça (10) para negar envolvimento com o esquema de desvio de recursos na Petrobras.

    Coordenador do programa de governo de Aécio Neves (PSDB-MG) nas eleições do ano passado, o ex-governador de Minas Gerais classificou de "sórdida mentira" e "infâmia" a acusação de que teria recebido R$ 1 milhão de um policial que fazia entregas a políticos a mando do doleiro Alberto Youssef.

    No discurso, o tucano disse que o policial Jayme Alves de Oliveira Filho não diz a verdade quando o envolve com o esquema de corrupção.

    "Ou ele mente ou se engana. Os fatos descritos, já sobejamente repetidos e conhecidos, são tão falaciosos e contrários à minha notória índole que serviriam pra uma boa novela de ficção", afirmou Anastasia.

    Oliveira Filho disse, em depoimento, que repassou R$ 1 milhão para um político em Belo Horizonte. Depois, ao ser confrontado com uma foto de Anastasia, o policial afirmou que o achou "muito parecido" com o homem para quem repassou a propina.

    O senador disse que as investigações não identificaram onde seria a casa da entrega do dinheiro, nem data, hora ou meio de transporte do dinheiro, o que comprova a "inconsistência" da acusação.

    "A identificação feita por foto é por mera semelhança. Por outro lado, aquele que está em delação premiada [Youssef] e seria responsável por tal remessa, nega expressamente o meu envolvimento", afirmou o tucano.

    "São pessoas que não conheço, nunca estive ou falei, quer pessoalmente, quer por outro meio", completou.

    Anastasia disse que as delações premiadas de Youssef e Paulo Roberto Costa, ex-diretor da Petrobras, não fazem nenhuma menção ao seu nome.

    APOIO

    A cúpula do PSDB, deputados e senadores do partido foram em peso ao plenário do Senado para acompanhar o discurso de Anastasia. Seu principal "padrinho" político, o presidente do PSDB, Aécio Neves (MG), foi o primeiro a discursar logo após a fala do tucano.

    O senador mineiro disse que nenhum homem público na história do Brasil supera a conduta pessoal, ética e moral de Anastasia. Aécio afirmou que o "ataque" recebido pelo colega de partido atinge a todos no PSDB, que juntos vão provar sua inocência.

    "Fique absolutamente sereno como está, seguro da sua conduta. Nós, seus companheiros de partido e parlamento, e os cidadãos mineiros, sabem que Vossa Excelência é das melhores coisas que a vida pública já produziu", disse Aécio.

    O presidente do PSDB disse que a acusação do policial é frágil e inconsistente, já que na época Anastasia era governador de Minas.

    "A barbaridade dessa história, a fantasia que a emoldura, fica clara logo no primeiro instante. O senador Anastasia era o governador de Minas naquele período. O cidadão não se lembraria de chegar ao Estado e se encontrar com o governador do Estado?", questionou.

    Além de Aécio, tucanos como José Serra (PSDB-SP), Tasso Jereissati (PSDB-CE), Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP), Álvaro Dias (PSDB-PR) e Cássio Cunha Lima (PSDB-PB) fizeram discursos de desagravo ao tucano.

    Outros líderes da oposição e até aliados do governo federal, como os senadores Garibaldi Alves (PMDB-RN) e Fernando Bezerra (PSB-PE), discursaram defendendo Anastasia.

    "Se alguém tinha algum motivo para qualquer tipo de preocupação, vai ficar convencido do que já estamos. Vossa Excelência é um grande homem público, merece nossa homenagem", afirmou Serra.

    Líder do PSDB, Cunha Lima foi o único a acusar a Procuradoria-Geral da República de incluir o tucano na lista do "petrolão" com objetivos políticos.

    "Vossa Excelência está sendo vítima do que se vive no Brasil: apagar a luz do quarto e deixar todo mundo igual no escuro", atacou.

    Bruno Magalhães - 20.out.2014/Divulgação
    Antonio Anastasia (à esq.) com o então presidenciável Aécio Neves durante a campanha eleitoral
    Antonio Anastasia (à esq.) com o então presidenciável Aécio Neves durante a campanha eleitoral

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