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    Temer nega crise com Congresso e diz esperar acordo para correção do IR

    GABRIELA GUERREIRO
    DE BRASÍLIA

    10/03/2015 16h46

    Em meio à crise entre o PMDB e o Palácio do Planalto, o vice-presidente Michel Temer (PMDB) disse nesta terça (10) que a construção de uma proposta alternativa para a correção da tabela do Imposto de Renda será conduzida pelo Legislativo.

    Presidente do PMDB, partido dos presidentes da Câmara e do Senado, Temer minimizou o desgaste entre os dois Poderes ao afirmar que só vê "aplausos" na relação entre Executivo e o Congresso.

    "Eu não acredito, não tenho notícias dessas [de crise]. Estou fazendo esse inter-relacionamento com tranquilidade. Só vejo aplausos para a relação entre Executivo e o Congresso Nacional", afirmou.

    O vice-presidente disse que o Executivo governa "junto com o Congresso", que será ouvido sobre a definição na tabela do Imposto de Renda.

    "Eu vim aqui ao Congresso Nacional para prestar a merecida homenagem ao Congresso. Não é só o Executivo que governa. O Executivo governa junto com o Congresso. Portanto, é fundamental a presença do Congresso Nacional em todas essas medidas que o governo está tomando para obter uma economia saudável", afirmou.

    O vice-presidente visitou os presidentes do Senado e da Câmara, Renan Calheiros (PMDB-AL) e Eduardo Cunha (PMDB-RJ), no momento em que o PMDB ameaça colocar em votação propostas que desagradam ao Planalto, como a derrubada do veto à correção de 6,5% na tabela do IR.

    Na semana passada, Renan também devolveu medida provisória ao Executivo, o que irritou o governo.

    ANÁLISE DE VETO

    O presidente do Senado havia marcado sessão do Congresso para esta quarta (11) para análise do veto do Imposto de Renda.

    A maioria dos deputados e senadores, incluindo aliados da presidente Dilma Rousseff, promete derrubar o veto para que o índice de correção de 6,5% possa vigorar. O Planalto entrou em campo, conversou com Renan e Cunha, que agora apresentaram proposta alternativa ao governo para evitar a derrubada do veto.

    A proposta prevê reajustes escalonados de acordo com faixas de renda. A tabela seria corrigida em 6,5% para a população de menor renda e, em 4,5%, para a de maior renda –com outras faixas intermediárias.

    "A ideia é escalonar em três ou quatro faixas essa questão da revalorização da tabela do Imposto de Renda. Mas vai ser de comum acordo com o Congresso Nacional", afirmou Temer.

    Renan e Cunha se reuniram com o ministro Joaquim Levy (Fazenda) na manhã desta terça, que prometeu fazer cálculos e analisar a proposta do Legislativo. O presidente do Senado não descarta a edição de uma medida provisória com os novos índices de correção, caso o Planalto aceite a proposta sugerida pelos peemedebistas.

    PETROLÃO

    Temer disse que as investigações da Operação Lava Jato, que serão conduzidas pelo STF (Supremo Tribunal Federal), vão comprovar se há envolvimento de políticos no esquema de desvio de recursos na Petrobras.

    "Quando há investigação e inquérito não há ainda definição. O inquérito pode chegar ao final sem revelar nenhuma culpa de maneira absoluta. Vou esperar a manifestação da investigação e do Judiciário", afirmou.

    Renan e Cunha, além de peemedebistas como Valdir Raupp (RO) e Romero Jucá (RR) foram listados como investigados na lista elaborada pelo Ministério Público Federal na Lava Jato.

    Temer disse que "investigação não significa culpabilidade", mas apenas a apuração dos fatos. "Não deve preocupar sequer quem está sendo investigado. A não ser quando houver, afinal, uma denúncia ou um julgamento", afirmou.

    Alan Marques - 23.fev.2015/Folhapress
    Michel Temer (à esq.), ministro Joaquim Levy (Fazenda) e o presidente da Câmara, Eduardo Cunha
    Michel Temer (à esq.), ministro Joaquim Levy (Fazenda) e o presidente da Câmara, Eduardo Cunha
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