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    Planalto teme confrontos entre grupos de ativistas

    IGOR GIELOW
    DE DIRETOR DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
    ANDRÉIA SADI
    DE BRASÍLIA

    13/03/2015 02h00

    O Palácio do Planalto teme que haja confronto nos atos desta sexta-feira (13) entre ativistas de grupos como o Revoltados Online, contrário ao governo, e manifestantes de sindicatos e movimentos sociais alinhados ao PT, o que poderia gerar combustível extra para as manifestações contra a presidente Dilma Rousseff no domingo (15).

    Entidades como a CUT (Central Única dos Trabalhadores), o MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) e a UNE (União Nacional dos Estudantes) prometem ir às ruas nesta sexta em 23 capitais. Em São Paulo, um dos grupos que pede o impeachment da petista promete aparecer no mesmo horário e local da concentração dos movimentos sociais, a avenida Paulista.

    O temor de confrontos foi antecipado pela coluna Painel de quinta-feira. Para o Planalto, um eventual embate nas ruas teria potencial para insuflar o protesto do domingo, convocado por grupos contrários ao governo em ao menos 62 cidades.

    A pauta dos atos desta sexta preocupa o governo em igual medida. O tema difuso de "defesa da Petrobras", mote inicial da convocação dos sindicalistas e movimentos sociais, tenderá na avaliação governista a ser engolido pela parte negativa para a presidente do ato: a crítica às medidas de ajuste fiscal.

    Mapa dos protestos de março de 2015; Crédito Rubens Fernando/Editoria de arte/Folhapress

    A convocatória do evento desta sexta dá mais ênfase aos pontos contra o governo do que a favor. A impressão deixada pelos sindicalistas que estiveram na quarta (11) no Planalto para falar sobre suas demandas foi ruim.

    Um fator a mais preocupa o governo: a insatisfação de estudantes dependentes do Fies, programa de financiamento que está travado devido a mudanças que o governo fez. Até aqui, esses alunos eram personagens de propaganda eleitoral do PT.

    Desde que o problema chegou ao noticiário, com relatos de alunos incapazes de acessar o sistema do Fies na internet para solicitar o auxílio, o governo passou a monitorar redes sociais visando identificar insatisfações.

    Há um temor de que estudantes engrossem o coro contrário a Dilma no domingo, desmantelando assim parte do discurso de defesa do PT, segundo o qual o ato é algo feito pela "burguesia".

    Não que o discurso esteja amparado na realidade: pesquisas internas do governo mostram que a rejeição a Dilma está ainda maior do que aquela detectada pelo Datafolha em fevereiro (44% de ruim/péssimo), e que é uma queixa verificável em todos os estratos sociais.

    O presidente do PT, Rui Falcão, divulgou um vídeo em que recomenda aos petistas que não aceitem provocações, nem baixem a cabeça. Na mensagem, Falcão afirma que o PT repudia "ato de violência e de golpismo".

    Dilma Rousseff cancelou a agenda prevista para a manhã desta sexta em Belo Horizonte. Segundo o Planalto, a mãe da presidente, Dilma Jane Silva, de 90 anos, está doente. Protestos contra a petista devem ocorrer na capital mineira nesta sexta.

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    ATOS EM SÃO PAULO

    1 - Às 14h, a Apeoesp, sindicato de professores estaduais e municipais filiado à CUT (Central Única dos Trabalhadores), faz assembleia no Masp para discussão de reajuste salarial

    2 - CUT e outras 4 entidades sindicais, MST, UNE, entre outros, reúnem-se em frente ao prédio da Petrobras, e líderes dão entrevista às 15h

    3 - "Revoltados Online chegam a partir das 15h à sede da Petrobras para pedir o impeachment de Dilma, no que chamam de "esquenta" para o dia 15. Para que os grupos não se encontrem, PM pode fazer isolamento na al. J. Eugênio de Lima

    4 - Entre 15h e 16h, grupo reunido na sede da Petrobras segue em direção ao Masp, onde se junta ao protesto de professores, e ambos seguem até a Praça da República, no centro

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    Editoria de arte/Folhapress
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