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    Stedile diz que Levy é 'capitalista infiltrado' no governo Dilma

    LUCAS VETTORAZZO
    DO RIO

    13/03/2015 19h20

    O líder do MST (Movimento dos Sem Terra), João Pedro Stedile, disse nesta sexta-feira (13) em manifestação no centro do Rio que não aceita "infiltração de capitalistas" e do ministro Joaquim Levy (Fazenda) no governo federal. Ele pediu também que a presidente Dilma Rousseff "saia do Palácio" para ouvir os trabalhadores.

    Stedile foi o último a discursar no carro de som da manifestação em defesa da Petrobras e contra o impeachment da presidente. Eles saíram da Cinelândia e caminharam em direção à sede da estatal. De acordo com a Polícia Militar, 1.500 pessoas participam do ato. Segundo os organizadores, o ato foi acompanhado por 5.000 pessoas.

    "Já chega de infiltração de capitalista no governo. Não aceitamos a infiltração de um tal de [Joaquim] Levy", disse do ministro da Fazenda. "Não podemos fazer ajuste às custas do trabalhador. A crise que o Brasil vive é culpa dos capitalistas. Não aceitamos a redução do direito da classe trabalhadora. Dilma, saia do palácio e venha para rua ouvir os trabalhadores", defendeu Stedile.

    Ricardo Borges/Folhapress
    João Pedro Stedile, líder do MST, na manifestação pró-governo no Rio
    João Pedro Stedile, líder do MST, na manifestação pró-governo no Rio

    O líder do MST afirmou que a corrupção na estatal foi causada por "meia dúzia de filhos da puta". Ele afirmou que "a Globo quer iludir e dizer que esses caras são de esquerda, que são do PT". "Não, eles são ladrões. Lugar de corrupto é na cadeia. Corrupção existe no Brasil desde que chegou o primeiro europeu aqui." O líder o MST defendeu também que não haja redução de pena para os delatores do esquema na Petrobras.

    Stedile afirmou que a solução para o fim da corrupção é a adoção do financiamento público de campanha e a reforma política, através de uma Assembleia Constituinte –como proposto pela presidente Dilma 2013, sem sucesso. Ele criticou o ministro Gilmar Mendes por travar o julgamento sobre a inconstitucionalidade de doações de empresas nas eleições. Ele pediu vista do processo quando a proibição vencia com 6 dos 11 votos do plenário do STF (Supremo Tribunal Federal).

    "É ilusão esperar que o Congresso faça a reforma. Queremos Assembleia Constituinte para esse país. Uma Assembleia que vá ouvir o povo na rua. Dez empresas brasileiras elegeram 70% do Parlamento. Temos bancada ruralista, da Vale, do Bradesco, do Itaú e da puta que o pariu, e não do trabalhador", disse Stedile.

    Ele também afirmou que aceita a disputa "nas ruas" com a "burguesia". "Há 40 mil paulistas nas ruas, há gente em Brasília, Salvador e Pernambuco. Burguesia, não se atrevam a falar em golpe. Nós defendemos a democracia e o direito legítimo de eleger nas urnas os nossos representantes. Eles querem disputar conosco nas ruas e nós aceitamos. O povo pode não ter a maioria nos tribunais, no Congresso, mas temos a maioria das ruas."

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