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    Em atos pró-governo, grupos chamam opositores de 'golpistas'

    DE SÃO PAULO

    14/03/2015 02h00

    Em protestos organizados nesta sexta-feira (13) em 23 capitais do país, movimentos sindicais e sociais defenderam desde o reajuste da tabela do Imposto de Renda até a ampliação da oferta de crédito pelo governo federal.

    Apesar do tom de cobrança, os manifestantes saíram em defesa da Petrobras e da presidente Dilma Rousseff (PT) e chamaram de "golpistas" aqueles que defendem o impeachment da petista.

    Na capital paulista, participaram do protesto as centrais sindicais CUT (Central Única dos Trabalhadores), CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil) e Nova Central, além do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) e entidades em defesa dos direitos de mulheres, negros e homossexuais.

    "Somos a favor de toda manifestação, mas protesto pelo impeachment da presidente nós não vamos permitir", afirmou, em cima do carro de som, o presidente nacional da CUT, Vagner Freitas.

    Segundo a Polícia Militar, cerca de 12 mil pessoas participaram da manifestação, número bastante inferior ao estimado pelos movimentos sindicais: em torno de 100 mil.

    "Estamos aqui em defesa dos direitos trabalhistas, não das Medidas Provisórias que prejudicam o trabalhador", explicou o vice-presidente da CUT-SP, Adir dos Santos Lima, referindo-se às regras de endurecimento do acesso a benefícios trabalhistas.

    Segundo a Folha apurou, o comando nacional do PT não esteve presente nos protestos justamente porque os movimentos sociais e sindicais não admitiram movimento pró-presidente com a ausência de reivindicações ao governo.

    BOLSA PROTESTO

    Durante o protesto, manifestantes relataram à Folha terem recebido "café, almoço e jantar" para estar no ato.

    "Ficamos só uma parte. Não precisa ficar até o final", disse a auxiliar de limpeza Gisele Rodrigues, 33, que levou os dois filhos pequenos.

    Ela disse que ganhou um apartamento em um sorteio da CUT. "Por isso sempre venho [a atos organizados pela central]. Faz parte do pacote."

    Com balões e coletes da CUT, alguns estrangeiros participaram do protesto, mesmo sem, aparentemente, saberem quais eram as reivindicações feitas pelos manifestantes.

    Perguntados, disseram ter recebido de R$ 30 a R$ 50. Alegando não falar português, não quiseram se identificar.

    O pagamento a manifestantes foi criticado pelo grupo Revoltados Online, que realizou protesto em frente ao prédio da Petrobras em São Paulo após manifestação no local favorável à presidente.

    Em defesa do impeachment, o ato reuniu 60 pessoas e atrasou duas horas. Segundo liderança do grupo, a demora deveu-se a uma tentativa de evitar um confronto.

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