Após as manifestações contrárias ao governo realizadas em todo o país, os ministros José Eduardo Cardozo (Justiça) e Miguel Rossetto (Secretaria-Geral da Presidência) avaliaram, em nome do governo, as manifestações como "democráticas" e "longe de golpismos".

"Elas apenas confirmam que o Brasil vive um estado democrático que admite a divergência, a existência de opiniões contrárias e está muito longe de qualquer alternativa golpista", afirmou Cardozo.

No entanto, para Rossetto, grande parte das pessoas que compareceram às manifestações deste domingo são eleitores que não apoiaram a presidente Dilma nas eleições. "Os protestos ocorridos hoje são de setores críticos ao governo e seguramente essa participação parece ser de eleitores que não votaram na presidente Dilma. Essas manifestações são legítimas", disse.

Os ministros afirmaram que o ponto de convergência entre as manifestações pró-governo, realizadas na última sexta-feira (13) em algumas capitais do país, e os atos deste domingo é um pedido urgente de combate à corrupção.

"Sejam nas manifestações de sexta ou nas de hoje há um encontro de identidade que é um combate firme e rigoroso ao combate à impunidade", disse Cardozo.

De acordo com o ministro, o governo enviará ao Congresso nos próximos dias um pacote de propostas de combate à corrupção. Ele faz parte de uma promessa de campanha da presidente Dilma Rousseff.

Um dos principais pontos será o fim do financiamento privado de campanhas eleitorais. A proposta não tem consenso no Congresso e deve enfrentar resistências, como por exemplo, do PMDB. Já o PT é o partido que defende com mais ênfase a medida.

Os ministros afirmaram ainda que o governo está aberto ao diálogo e quer negociar com os partidos da base aliada, mas também com a oposição e a sociedade as próximas ações para a reforma política.

Os ministros se reuniram com a presidente Dilma durante a tarde para avaliar o cenário das manifestações em todo o país.

Editoria de Arte/Folhapress