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    Lava Jato

    Prisão de Renato Duque é vista como uma notícia ruim depois da outra

    VALDO CRUZ
    DE BRASÍLIA

    16/03/2015 11h23

    Ricardo Borges/Folhapress
    Renato Duque deixa a sede da Polícia Federal, no Rio, para ser encaminhado a Curitiba (PR)
    Renato Duque deixa a sede da Polícia Federal, no Rio, para ser encaminhado a Curitiba (PR)

    A prisão de Renato Duque, ex-diretor da Petrobras ligado ao PT, nesta segunda-feira (16), foi classificada dentro do governo como uma "notícia ruim depois da outra" para os petistas, numa alusão ao fato de que a detenção vem um dia depois das manifestações em todo o país contra a presidente Dilma e contra seu partido.

    O temor entre petistas é que Duque seja levado a tomar o mesmo caminho do ex-diretor Paulo Roberto Costa, que, preso pela segunda vez, acabou fechando um acordo de delação premiada e revelando como funcionava o esquema de corrupção em sua diretoria.

    Tão logo foi divulgada a prisão de Renato Duque, petistas reclamavam não compreender a nova detenção do ex-diretor, já que ele havia sido liberado por uma decisão do STF (Supremo Tribunal Federal). Mais uma vez o juiz Sérgio Moro, que comanda o inquérito da Lava Jato, foi alvo de críticas da parte de petistas.

    Segundo a Polícia Federal, a prisão foi decretada porque o ex-diretor estaria movimentando dinheiro depositado em contas no exterior. A PF afirmou que Duque transferiu 20 milhões de euros (cerca de R$ 68 milhões) de contas na Suíça para contas no principado de Mônaco.

    O dinheiro foi bloqueado por autoridades de Mônaco, segundo decisão do juiz Sergio Moro, que decretou a prisão de Duque.

    Além de Duque, já foram presos nesta manhã do empresário Adir Assad -investigado sob suspeita de manter empresas laranjas e usá-las para lavar dinheiro- e Lucélio Roberto von Lehsten Góes, filho de Mario Góes, que já está preso em Curitiba e é apontado como operador do esquema de corrupção na Petrobras.

    Os outros alvos dos mandados de prisão temporária são Sonia Mariza Branco, Dario Teixeira Alves Junior e Sueli Maria Branco. Eles são investigados por terem ligações com empresas que teriam sido usadas no esquema de lavagem de dinheiro, como Rockstar, Legend e Power.

    O advogado de Duque,Alexandre Lopes, nega que seu cliente tenha feito a transferência do dinheiro. "A história dessas contas é muito estranha, eu não tenho conhecimento disso, acho que não aconteceu", afirmou.

    PROTESTOS

    As manifestações de rua realizadas neste domingo (15) contra o governo da presidente Dilma Rousseff e o PT alcançaram todos os Estados do país, com protestos reunindo milhares de pessoas mesmo em redutos petistas.

    Os atos ocorreram em pelo menos 152 municípios brasileiros –incluindo todas as capitais– e, em geral, tiveram um perfil pacífico, sem confrontos violentos entre opositores e partidários do governo.

    O maior ato ocorreu em São Paulo, onde 210 mil pessoas passaram pela avenida Paulista ao longo do dia, segundo o Datafolha, apesar da chuva intermitente.

    Pelo país, quase 1 milhão de pessoas foram às ruas.

    Editoria de Arte/Folhapress

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