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    Cardozo leva 'pacote anticorrupção' ao Congresso e promete diálogo

    GABRIELA GUERREIRO
    DE BRASÍLIA

    17/03/2015 18h44

    O ministro José Eduardo Cardozo (Justiça) encaminhou nesta terça-feira (17) ao Congresso Nacional o "pacote anticorrupção" que será anunciado pelo governo esta semana em resposta às manifestações populares do último domingo. Com a promessa de dialogar com o Congresso e com a sociedade sobre as medidas sugeridas pelo Executivo, Cardozo disse que o governo iniciou um novo ciclo de diálogo com o Legislativo.

    Uma das principais críticas dos aliados da presidente Dilma Rousseff no Congresso é a falta de diálogo de Dilma com os deputados e senadores. Numa prática pouco comum ao governo, Cardozo apresentou o pacote anticorrupção ao presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), antes das medidas serem anunciadas por Dilma, o que deve ocorrer nesta quarta (18).

    O ministro prometeu ampliar o diálogo inclusive com a oposição e com setores da sociedade contrários ao governo federal.

    Divulgação
    O ministro da Justiça, José Eduardo Cardoso
    O ministro da Justiça, José Eduardo Cardoso

    "Nesse momento é muito importante que façamos o diálogo com as forças políticas do Congresso, sejam elas governistas, oposicionistas, com as forças vivas da sociedade. As medidas de combate à corrupção não se encerram nestas, devem abarcar outras propostas, iniciativas", disse Cardozo.

    Renan disse que o governo precisa ter muita "humildade" para se reencontrar com as ruas. O presidente do Senado afirmou que o Congresso já aprovou medidas anticorrupção em meio aos protestos populares de 2013, mas prometeu priorizar propostas do "pacote" que já estiverem tramitando no Legislativo.

    "Você não deve recusar o diálogo. Conversar não arranca pedaço. Democracia não arranca pedaço. Até para divergir é importante conversar. Se pudermos conversar, dialogar, é bom para a democracia", disse Renan.

    Sem adiantar as medidas que serão anunciadas por Dilma no pacote anticorrupção, Cardozo afirmou que o pacote é baseado nos "eixos" da campanha de Dilma à reeleição.

    O ministro disse que o governo está atento à "voz das ruas", que tem o forte desejo de combate à corrupção, por isso a prioridade deve ser a aprovação do pacote de medidas. "Tenho certeza que no Legislativo existem outras boas propostas. Também tenho a convicção de que na sociedade civil existem outras propostas. Vamos discuti-las."

    Apesar de o governo ter encaminhado as propostas ao Congresso, Cardozo disse que o Legislativo terá "autonomia" e realizará os trabalhos no seu ritmo para votar cada uma das matérias.

    Sobre as manifestações e o panelaço do último domingo, o ministro disse que eles são "absolutamente legítimos". "Um governo que se incomoda com manifestações que sejam contrárias a ele não é um governo democrático."

    "Se as pessoas querem protestar, que protestem, vamos respeitá-la. Da mesma forma que deve se respeitar as pessoas que aplaudem o governo e acham que o governo segue uma linha correta", completou.

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