Após reunião para apresentação do pacote anticorrupção por parte do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), afirmou que vai buscar agregar projetos já sugeridos pelos deputados às medidas do pacote que deve ser enviado na quarta-feira (18) pela presidente Dilma Rousseff.

Cardozo e Cunha se reuniram na noite desta terça-feira (17) no gabinete do presidente da Câmara. O pacote vai ser anunciado como resposta às manifestações do último fim de semana.

"Vamos buscar entre aquelas [propostas] de origem dos próprios parlamentares que possam atuar em conjunto com essas matérias enviadas pelo Executivo de modo que ao fim a gente possa produzir uma legislação que atenda aos anseios da sociedade, que é o combate rigoroso à corrupção", afirmou Eduardo Cunha.

Ele disse que deve criar comissões especiais para analisar os projetos ou encaminhá-los à CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), e que algumas medidas já têm propostas parecidas na Casa.

Nem Cardozo nem Cunha adiantaram detalhes do pacote.

O presidente da Câmara, porém, ressaltou que os parlamentares devem fazer mudanças nas propostas. "Vai ter alguma legislação sim, algo será votado sim, o parlamento não vai deixar de apreciar. Resta saber se o produto final que vai sair pode não ser até o que o Poder Executivo mande, mas certamente sairá uma legislação que terá como consideração aquilo que foi enviado pelo Executivo", declarou.

Cardozo disse que o governo está aberto ao diálogo e às sugestões dos deputados. Afirmou ainda que alguns projetos do pacote já estão em tramitação na Câmara, sem revelar quais.

Segundo ele, o governo vai propor também a criação de um mecanismo para receber sugestões de novas propostas de combate à corrupção. "As medidas não param por aqui, são as primeiras, a ideia é aprimorar outros mecanismos que possam de frente combater a corrupção e a impunidade", afirmou Cardozo.