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    Governo não entendeu as ruas, diz grupo que ajudou a organizar atos

    PAULA REVERBEL
    DE SÃO PAULO

    18/03/2015 00h21

    O movimento Vem Pra Rua, um dos grupos que organizou os protestos antigoverno realizados no domingo (15), criticou nesta terça-feira (17) a fala da presidente Dilma Rousseff em resposta às manifestações.

    "Ou o governo não entendeu aquilo que o povo nas ruas disse, de forma direta, no domingo, ou se faz de desentendido", disse o grupo em nota.

    O empresário Rogerio Chequer, que atua como uma espécie de porta-voz do Vem Pra Rua, disse à Folha que a insatisfação do movimento deve-se tanto à fala da de Dilma quanto aos pronunciamentos dos ministros do governo.

    Sobre o pacote anticorrupção que o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, negocia com a base aliada, Chequer afirmou que a medida vem "tarde".

    "Está tarde, depois da quantidade de dinheiro que foi desviado tanto para pessoas quando para partidos por mais de uma década", declarou. "Qual o nível de corrupção e desvios que a que nós temos que chegar para que eles comecem a desenhar medidas anticorrupção?"

    Sobre a declaração de Dilma de que a corrupção é uma "senhora idosa" e, portanto, anterior à chegada do PT ao poder, Chequer disse considerar a fala "ofensiva".

    "Acho ofensiva essa posição. Justificar os excessos e os descalabros na gestão da Petrobras com erros de outras épocas é uma desculpa que já não cola em ninguém no país", afirmou. "Se levarmos em consideração o argumento dela, seria legítimo termos corrupção para sempre no Brasil", acrescentou.

    O empresário também fez críticas à condução da economia na primeira gestão da presidente. Para ele, a falta de rigidez monetária no controle da inflação, ao mirar no topo da meta, e a falta de independência do Banco Central foram grandes erros de Dilma.

    "Agora estamos pagando o preço disso pois temos uma subida de juros que terá que compensar isso, em uma época em que já temos perspectivas de recessão, correndo o risco de reduzir mais ainda o ritmo da economia e afetar mais ainda o nível de emprego", argumentou.

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