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    Cid é demitido, afirma presidente da Câmara

    AGUIRRE TALENTO
    FLÁVIA FOREQUE
    MARIANA HAUBERT
    DE BRASÍLIA

    18/03/2015 18h10

    Pedro Ladeira/Folhapress
    Cid Gomes deixa a Comissão Geral da Câmara dos Deputados
    Cid Gomes deixa a Comissão Geral da Câmara dos Deputados

    O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), acaba de anunciar a saída do ministro Cid Gomes (Educação) do governo da presidente Dilma Rousseff.

    "Comunico à Casa o comunicado que recebi do chefe da Casa Civil comunicando a demissão do ministro da Educação, Cid Gomes", disse Eduardo Cunha na tarde desta quarta-feira (18). A decisão foi tomada após uma sessão conturbada no Congresso, onde Gomes foi convocado a prestar esclarecimentos sobre fala de que a Casa tem grande maioria de achacadores.

    O PMDB havia exigido a demissão de Cid depois que o ministro reiterou a sua afirmação, como divulgou a coluna 'Painel'. A expectativa do governo e da Câmara era que ele se desculpasse pelas declarações e tentasse recompor suas relações.

    Ao invés disso, Cid Gomes dirigiu-se ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), com o dedo em riste e vociferou : "Prefiro ser acusado de mal educado a ser acusado de achacador como ele [Cunha], que é o que dizem dele as manchetes dos jornais".

    Antes, o ministro já havia dito que quem é da base aliada do governo tem de votar com o governo. "Ou larguem o osso. Saiam do governo."

    Assim que deixou a Câmara, o ministro foi chamado para ter uma conversa com a presidente Dilma.

    A demissão de Cid é uma tentativa do governo de evitar que a relação com a Câmara dos Deputados se complique mais ainda, o que aproximaria a possibilidade do Planalto ver derrotados no Congresso projetos de seu interesse.

    Paulo Gama/Folhapress
    Deputados assistem ao jornal no plenário da Câmara; tela exibe o presidente da Casa, Eduardo Cunha
    Deputados assistem ao jornal no plenário da Câmara; tela exibe o presidente da Casa, Eduardo Cunha

    O Palácio do Planalto confirmou a saída de Cid Gomes. "O ministro da Educação, Cid Gomes, entregou nesta quarta-feira, 18 de março, seu pedido de demissão à presidenta Dilma Rousseff. Ela agradeceu a dedicação dele à frente da pasta", diz nota divulgada pelo governo. O Planalto informou no início da noite desta quarta (18) que Luiz Cláudio Costa, secretário-executivo da Educação, assumirá interinamente o cargo de ministro.

    Para o líder do PMDB, Leonardo Picciani (RJ), a resposta rápida do governo é adequada. "A presidente Dilma tem uma formação democrática e não esperávamos que ela tivesse outra atitude. É uma pessoa que respeita o Parlamento", disse após a notícia da demissão.

    Para o peemedebista, Cid demonstrou durante seus discursos nesta terça não ter "formação democrática e republicana". "Ficou clara a sua inteira incompatibilidade para ocupar o cargo que possuía", disse. Antes da demissão, Picciani chegou a dizer que, caso Dilma não demitisse o ministro, o PMDB poderia deixar a base aliada do governo.

    "Ele saiu daqui como um fanfarrão. Ele veio aqui e disse o que quis e ouviu o que não quis. Saiu batendo o pé como um menino mimado", disse Picciani.

    Para o líder do governo na Casa, José Guimarães (PT-CE), o posicionamento de Cid demonstrou um problema dele com os deputados. "Não representa um problema do governo com a Casa. Foi uma questão dele com a Casa. Não é questão de governo", disse.

    Editoria de Arte/Folhapress
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