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    Ministros defendem Mercadante e dizem que ele continua ativo no cargo

    MARIANA HAUBERT
    JOÃO CARLOS MAGALHÃES
    DE BRASÍLIA

    23/03/2015 15h01

    Pedro Ladeira/Folhapress
    Os ministros Kátia Abreu (Agricultura), Nelson Barbosa (Planejamento) e Gilberto Kassab (Cidades)
    Os ministros Kátia Abreu (Agricultura), Nelson Barbosa (Planejamento) e Gilberto Kassab (Cidades)

    Ministros defenderam nesta segunda-feira (23) o colega Aloizio Mercadante, que setores do PT e do PMDB querem ver fora da Casa Civil devido a erros na coordenação política do governo.

    Nelson Barbosa (Planejamento) e Gilberto Kassab (Cidades) afirmaram, em entrevista coletiva nesta segunda, que Mercadante continua ativo no cargo, apesar dos rumores de que ele iria para a Educação no lugar de Cid Gomes.

    Eles falaram, junto de Kátia Abreu (Agricultura), depois de uma reunião da coordenação política do governo feita durante a manhã.

    "O ministro Mercadante participou da reunião, ativamente, como em todas as reuniões. Já ficou claro na posição da presidente há dez dias, quando vieram algumas ilações a uma suposta alteração na sua posição dentro do governo. Portanto, a presidente já falou sobre o tema e não se fala mais nisso", afirmou Kassab sobre as negativas de Dilma sobre a saída de Mercadante do posto.

    De acordo com Kassab, o titular da Casa Civil continua tendo parte da responsabilidade nas conversas com o Congresso para negociar as medidas legislativas do ajuste fiscal.

    "O que existe é esse trabalho coletivo, de todos. Mercadante participa, continua com suas atribuições, partilhadas, como sempre foi", disse Barbosa.

    A piora da relação do governo com sua base neste ano é atribuída por aliados em parte à falta de habilidade de Mercadante e de outro ministro do núcleo político, Pepe Vargas (Relações Institucionais). Dentre os críticos de Mercadante está o ex-presidente Lula.

    DESBUROCRATIZAÇÃO E COMUNICAÇÃO

    Os ministros destacaram um pedido feito por Dilma a todos eles para que desburocratizem processos internos em cada ministério com o objetivo de aumentar a eficiência das pastas com foco no cidadão.

    "Os mecanismos e processos é que estão travados e antiquados. Cada ministério terá que melhorar para que a burocracia possa ser superada, focando no cidadão e invertendo a lógica que hoje costuma se ver no serviço público em todas as esferas", afirmou Kátia Abreu.

    "É sempre o serviço público que decreta as normas e o cidadão é obrigado a atender, sem conhecer a realidade do dia a dia. O que queremos e o que a presidente determinou é que se inverta a lógica. O cidadão determina o que ele precisa e o governo é que precisa atender", completou a ministra.

    Dilma também pediu para que o governo otimize sua comunicação, segundo relatos dos três ministros.

    Segundo Kassab, a ideia é melhorar a "comunicação com a sociedade brasileira para que os ministros possam, nos principais temas tratados pelo governo, ter a mesma linguagem e uma estratégia de comunicação."

    "Ficou definido também que através da coordenação da Secretaria de Comunicação vai haver a realização dessa organização para a comunicação do governo através dos ministros."

    Sob o risco de ser demitido, o ministro da Comunicação, Thomas Traumann, não estava na reunião, segundo lista de autoridades presentes no encontro divulgada pelo Planalto.

    Na semana passada, foi vazado um documento de responsabilidade de Traumman, em que ele admite que a comunicação do governo foi "errada e errática" mas avalia que a "crise é maior do que isso", em referência às manifestações antigoverno dia 15 de março. O PT pressiona Dilma a substituí-lo.

    Contatada, a pasta de Traumann ainda não respondeu aos questionamentos da Folha.

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