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    Kassab nega articular criação de nova sigla, mas não descarta fusão com PSD

    GABRIELA GUERREIRO
    DE BRASÍLIA

    25/03/2015 12h28

    Leandro Machado - 15.fev.15/Folhapress
    O ministro Gilberto Kassab no camarote da Prefeitura de São Paulo durante o Carnaval
    O ministro Gilberto Kassab no camarote da Prefeitura de São Paulo durante o Carnaval

    O ministro Gilberto Kassab (Cidades) negou nesta quarta (25) ser o articulador da criação do Partido Liberal, idealizado por aliados do ex-prefeito de São Paulo. O ministro, porém, não descarta no futuro uma eventual fusão da nova sigla com o PSD, seu partido, uma vez que admite que o PL será integrado por parte de seu grupo político.

    Kassab afirma que o PL está sendo articulado por políticos que desejaram ingressar no PSD em 2012, mas acabaram recuando do projeto partidário e, agora, querem a criação de sua própria sigla. Aliados do ministro apresentaram na noite desta segunda (23) ao Tribunal Superior Eleitoral o pedido de recriação do Partido Liberal.

    "São pessoas da maior parte dos Estados brasileiros que queriam ter entrado no PSD e não conseguiram. Então, estão formando o PL. Nós não temos nenhuma participação direta ou indireta. Mas é público que são pessoas próximas do PSD por conta dessa sua realidade", afirmou.

    Sobre a possível fusão entre PL e PSD, Kassab disse que são partidos "muito próximos", mas que terão decisões tomadas com "autonomia" por cada um. "O PL terá sua identidade, suas decisões adotadas com autonomia, e não passam por mim. Eu sou de outro partido, sou do PSD", afirmou.

    Após participar de audiência no Senado, Kassab negou que a criação do PL tenha potencial para fragilizar o PMDB, apesar de peemedebistas insatisfeitos com a sigla estarem dispostos a migrar para o novo partido.

    Lideranças peemedebistas e partidos de oposição irão recorrer à Justiça para tentar barrar a volta da legenda. Eles acusam o governo de agir nos bastidores em apoio a Kassab com o objetivo de esvaziar a oposição e o PMDB.

    " O PSD e o PMDB são partidos parceiros, nos aliamos em diversos Estados do Brasil nas eleições do ano passado, acredito que em mais da metade dos Estados. Tenho respeito e amizade e os nossos dirigentes do PSD também com os principais líderes do PMDB. E continuará sendo assim."

    Kassab também disse que o PL não será um "PSD alternativo", apesar de reunir "companheiros" do seu atual partido. "Não tem nada feito às escondidas. Eu não participo desse projeto", afirmou.

    O ministro disse que os idealizadores do PL tiveram a "decisão acertada" de pedir a criação da sigla antes da sanção da lei que limita o surgimento de novos partidos. "Se esperou até o último momento para reunir o maior número possível de assinaturas. Eu desejo boa sorte ao PL e aos partidos que estão sendo estruturados. E vão conviver com a lei, qualquer que seja ela, como foi com o PSD", afirmou.

    NOVA LEI

    A presidente Dilma Rousseff sancionou com vetos a lei que dificulta a criação e a fusão de partidos políticos. O primeiro dispositivo vetado dizia que a fusão de siglas "dá origem a um novo partido, cuja existência legal tem início com o registro, no Ofício Civil competente da capital federal, do estatuto e do programa, cujo requerimento deve ser acompanhado das atas das decisões dos órgãos competentes".

    O segundo abria uma janela para que políticos não perdessem seu mandato ao ir para os partidos criados por fusões. "No caso de fusão, nos 30 dias subsequentes ao seu registro, detentores de mandatos filiados a legendas estranhas àquela fusão podem filiar-se ao novo partido, sem perda de mandato", determinava o texto vetado.

    O texto estabelece que a união entre duas siglas só poderá acontecer cinco anos após a criação delas. Ou seja, siglas com menos de cinco anos de fundação não poderão ser fundidas com outras. Também determina que, para a criação de novas siglas, só serão aceitas assinaturas de apoiamento de eleitores que não sejam filiados a qualquer partido político.

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