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    No RS, Sartori nomeia irmãos de quatro deputados

    PAULA SPERB
    DE CAXIAS DO SUL (RS)

    26/03/2015 20h06

    Irmãos de quatro deputados estaduais que compõem a base de apoio do governador do Rio Grande do Sul, José Ivo Sartori (PMDB), foram nomeados para cargos comissionados em órgãos e autarquias do governo estadual.

    Sartori, que elegeu apenas 13 deputados de sua chapa nas eleições de outubro, conquistou a maioria no Legislativo ao distribuir cargos.

    Os deputados Adilson Troca (PSDB), Alexandre Postal (PMDB), Edson Brum (PMDB) e Gilberto Capoani (PMDB) dizem que não indicaram os irmãos para as novas funções. Procurados pela reportagem, os quatro ressaltaram a formação e o preparo dos familiares para os respectivos cargos.

    Mas, para o professor titular de direito constitucional da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Eduardo Carrion, trata-se de uma "prática inequívoca de nepotismo". "É um prejuízo à administração pública, por mais competente que a pessoa seja."

    O tucano Adinelson Troca, que é irmão do deputado Adilson Troca, assumiu uma direção do Porto de Rio Grande no início de março. Em nota, o deputado negou qualquer "ilegalidade" ou nepotismo e disse que Adinelson tem vida pública independente há mais de 20 anos.

    Já o peemedebista Fernando Postal, irmão do deputado Alexandre Postal, foi nomeado diretor de consórcios do Banrisul. Edivilson Brum (PMDB), que assumiu a diretoria da Companhia Riograndense de Mineração (CRM), é irmão do presidente da Assembleia Legislativa, Edson Brum. Por sua vez, o irmão do deputado Gilberto Capoani (PMDB), Luiz Alcides Capoani, é o novo diretor da Superintendência de Portos e Hidrovias.

    Filho do deputado federal Onyx Lorenzoni (DEM), o veterinário Rodrigo Marques Lorenzoni também ganhou um cargo –uma direção da Metroplan (planejamento metropolitano). Ao jornal "Zero Hora", Onyx disse que a indicação partiu do DEM.

    Em nota, a assessoria de Sartori afirma que as nomeações "se dão em razão da experiência política e do conhecimento a respeito da área para as funções as quais foram designados". "Em um estado democrático", segue a nota, "não seria adequado limitar a participação de qualquer pessoa com trajetória pública independente e reconhecida em postos da administração estadual pelo fato do seu parentesco com outros agentes de governo".

    NEPOTISMO AMPLO

    O professor da UFRGS afirma que a situação não se enquadra na definição de nepotismo do STF porque os deputados não integram o Executivo, que administra os órgãos para os quais os parentes foram nomeados.

    Mas diz que a súmula 13 do STF, que ele considera um avanço, está sendo usada como um instrumento para burlar a lei.

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