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    Análise: Para perceber que PT e PSDB recorreram à técnica, bastava olhar as redes sociais

    MARCELO SOARES
    DE SÃO PAULO

    29/03/2015 02h00

    No filme "Vingadores: A Era de Ultron", que estreia em abril, robôs ensandecidos pretendem eliminar tudo o que resta da civilização. Fora da ficção, foi mais ou menos o que se viu nas redes sociais durante a campanha eleitoral. Os robôs políticos chegaram bem perto de pôr fim ao discurso civilizado na internet.

    Havia robôs petistas e tucanos, todos se atacando para garantir o aplauso das claques demasiado humanas.

    O site dilmista "Muda Mais", criado antes do período oficial de campanha sem se identificar como peça eleitoral, acusava oponentes do governo desde março do ano passado de usarem o recurso.

    Muito antes de o ex-ministro Thomas Traumnn admitir o uso de robôs, perceber que os dois lados do gre-nal político os empregavam com a mesma finalidade era apenas uma questão de acessar o Twitter. O resto é sincericídio.

    A prática, por si, não é crime. Mas há duas questões.

    A primeira é que pagamentos a empresas que prestam o serviço não estão discriminados como gastos de campanha. Podem estar mascarados em outros custos, como o de contratação de agências. Se não estão declarados, podem contar como caixa dois.

    A segunda é que, se alguém criou perfis falsos, não identificados como parte das campanhas, pode haver um problema de regulamentação de propaganda eleitoral.

    Falta o PSDB ter a mesma franqueza de admitir sua participação na Era de Ultron eleitoral. Processar o adversário por usar uma arma que também se usou não parece uma maneira muito razoável de tratar do problema.

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