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    Servidores estaduais da saúde iniciam greve 'progressiva' em MG

    PAULO PEIXOTO
    DE BELO HORIZONTE

    30/03/2015 13h34

    Cinco unidades estaduais de saúde de Minas Gerais iniciaram nesta segunda-feira (30) a primeira greve do governo de Fernando Pimentel (PT). A greve é parcial e "progressiva", conforme definiu o sindicato dos servidores.

    O objetivo da associação sindical dos servidores, vinculada à CUT, é estender o movimento para as 24 unidades da rede estadual, a Fhemig, se o governo não negociar. Eles querem reposição da inflação e dizem que há três anos não têm aumento. Os médicos tiveram reajuste na gestão passada e não participam.

    "Não vamos gastar toda nossa munição agora. Essa é a nossa estratégia, e está funcionando", disse o dirigente Carlos Martins, em assembleia com grevistas.

    A reportagem da Folha acompanhou o primeiro dia de greve no hospital João 23, onde funciona o principal pronto-socorro do Estado, no centro de Belo Horizonte. O setor de emergência funcionou normalmente nesta manhã.

    Cerca de 200 servidores fizeram vários bloqueios temporários do trânsito na avenida em frente ao hospital para chamar a atenção para a causa.

    No final da manhã, durante assembleia no pátio interno do hospital, os reafirmaram a continuidade do movimento e a disposição de manter a greve parcial, realizada por unidades de atendimento.

    Na tarde desta segunda, uma comissão vai se reunir com o governo. Até agora, não houve apresentação de propostas. O governo alega dificuldades de caixa e diz que vai negociar separadamente com cada categoria.

    "O governo chama a imprensa para dizer que tem dialogado, mas não apresenta nada. Chamar para propor zero porcento é melhor não chamar", disse Mônica Abreu, dirigente da associação sindical, a Asthemg.

    MÃES

    Entre os grevistas do João 23 estavam mães de crianças com filhos internados ou em tratamento no Centro Psiquiátrico Adolescente e Infância, em BH. Elas colhiam assinaturas para um abaixo-assinado contra a municipalizarão do atendimento.

    Segundo Abreu, o atendimento mensal no centro será reduzido de 1.700 para 700 crianças. Somente as crianças de BH serão atendidas. É contra essa redução que as mães protestam.

    Giovanna Dias de Souza, 48, servidora pública, está com a filha de 14 anos internada no centro psiquiátrico e entrou na causa porque, segundo ela, a maior parte das crianças chega do interior para receber tratamento.

    "Se depender de mim, vou até ao governador (para pedir). Nunca achei que fosse precisar (do centro psiquiátrico), mas quando precisei foram eles que me acolheram", afirmou.

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