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    Lava Jato

    Doleiro relata que pagou R$ 400 mil em propinas na sede do PT em SP

    DE SÃO PAULO

    31/03/2015 17h17

    Reprodução
    O doleiro Alberto Youssef, agora de barba, durante seu depoimento à Operação Lava Jato
    O doleiro Alberto Youssef, agora de barba, durante seu depoimento à Operação Lava Jato

    Em depoimento prestado no âmbito da Operação Lava Jato, o doleiro e delator do esquema de pagamento de propina na Petrobras Alberto Youssef afirmou que um de seus funcionários levou cerca de R$ 400 mil em propinas à sede do diretório nacional do PT, no centro de São Paulo.

    O doleiro já havia relatado esse pagamento específico, que ao todo —de acordo com os depoimentos— soma aproximadamente R$ 800 mil, conforme a Folha publicou. No entanto, em seu depoimento anterior, Youssef não havia detalhado como os pagamentos foram feitos.

    No início da fala, Youssef diz que retificará informações dadas anteriormente. Em novembro, ele relatou a propina, mas disse que a transação fora em um restaurante.

    Questionado sobre o caso específico, Youssef diz que usou uma empresa em nome de Waldomiro Oliveira, apontado como laranja das empresas do doleiro, para repassar dinheiro ao PT, ao PP e ao ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa, também delator do esquema.

    "Foram dois valores, de 400 e poucos mil reais, que foram entregues, a mando da Toshiba, para o tesoureiro do PT, o [João] Vaccari [Neto]", diz Youssef no depoimento.

    O suborno, de acordo com depoimento anterior do doleiro, teria resultado de um contrato que a Toshiba fechou com a Petrobras em 2009 para executar obras no Comperj (Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro), no valor de R$ 117 milhões.

    Em entrevista publicada na edição do "Valor" desta terça (31), o presidente da Toshiba América do Sul, Luís Carlos Borba, afirma que foi enganado por Youssef e Paulo Roberto Costa a contratar uma das empresas de fachada do doleiro.

    "O primeiro valor foi retirado no meu escritório, na [rua] Renato Paes de Barros, pela cunhada dele [Vaccari]. Eu entreguei esse valor pessoalmente", continua o doleiro. "O segundo valor foi entregue na porta do diretório do PT, nacional, pelo meu funcionário Rafael Angulo, para o funcionário da Toshiba, para que ele pudesse entregar esse valor para o Vaccari."

    Em nota, Vaccari negou "veementemente" ter recebido dinheiro de Youssef. O texto também questiona a mudança de versão do doleiro: "Chama a atenção o fato de que, na delação realizada em fevereiro, Youssef afirmou que uma suposta entrega do dinheiro teria sido feita em um restaurante em São Paulo. No depoimento de hoje, se contradiz e afirma que foi na frente da sede do PT", diz a nota.

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