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    Lava Jato

    CGU abre processo contra cinco empresas

    AGUIRRE TALENTO
    DE BRASÍLIA

    01/04/2015 02h00

    A CGU (Controladoria-Geral da União) determinou a abertura dos cinco últimos processos administrativos contra empresas suspeitas de envolvimento com a corrupção na Petrobras. Com isso, um total de 29 empresas são agora alvo do órgão.

    A Folha apurou que é a última leva de processos administrativos da CGU contra empresas que apareceram nas investigações da Operação Lava Jato até o momento.

    A decisão foi publicada no Diário Oficial desta quarta-feira (1º), conforme antecipado pela Folha.

    Os cinco novos alvos são as empresas Construcap CCPS Engenharia e Comércio, Jaraguá Equipamentos Industriais, Niplan Engenharia, NM Engenharia e Techint Engenharia e Construções.

    A abertura do processo administrativo significa que a CGU considera ter indícios da responsabilidade das empresas, mas elas ainda terão a possibilidade de se defender. As firmas devem ser notificadas nos próximos dias.

    Caso condenadas administrativamente, as empresas podem ser impedidas de contratar com o governo e obrigadas a pagar multas.

    As companhias, porém, teriam ainda a alternativa de tentar firmar acordos de leniência com a CGU, nos quais admitiriam ter cometido ilícitos e se comprometeriam a ressarcir o erário.

    Em troca, se livrariam de punições mais pesadas. Ao menos cinco firmas já manifestaram interesse.

    O Ministério Público Federal é contra a possibilidade de a CGU firmar acordo com as empresas, por entender que isso pode atrapalhar as investigações da Lava Jato.

    Dessas cinco empresas alvo dos novos processos, Construcap, Jaraguá e Techint já haviam sido suspensas pela Petrobras, o que as impede de firmar novos contratos com a estatal.

    PROCESSOS

    Após o escândalo descoberto pela Lava Jato vir à tona, no ano passado, a CGU entrou no caso e passou a abrir processos administrativos contra as empresas.

    Além dessas novas cinco empresas, haviam sido instaurados 24 processos administrativos de responsabilização contra outras firmas.

    Segundo a CGU, todos esses processos foram por indícios de envolvimento no esquema apurado na Lava Jato.

    No dia 3 de dezembro de 2014, foram oito empresas: Camargo Corrêa, Engevix, Galvão Engenharia, Iesa, Mendes Junior, OAS, Queiroz Galvão e UTC-Constran.

    No dia 11 de março, outras dez: Alumini Engenharia, GDK, Promon Engenharia, Andrade Gutierrez, Fidens Engenharia, Sanko Sider, Odebrecht, Odebrecht Óleo e Gás, Odebrecht Ambiental e Setal Óleo e Gás.

    No dia 18 de março, mais seis empresas: Carioca Engenharia, Egesa Engenharia, Eit Empresa Industrial Técnica, Skanska Brasil, MPE Montagens e Projetos Especiais, Tomé Engenharia.

    OUTRO LADO

    A Folha procurou nesta terça-feira (31) as cinco empresas alvo dos processos da CGU, mas só obteve resposta da NM Engenharia até a conclusão desta reportagem.

    Em nota, a empresa informou que não foi notificada e que não é alvo de inquérito na Operação Lava Jato.

    "A empresa presta serviços de manutenção para a Petrobras há 35 anos e lamenta ver seu nome relacionado a esta situação", afirmou a NM.

    Techint, Niplan e Construcap não responderam até a conclusão desta edição. A reportagem não localizou representantes da Jaraguá.

    O delator Augusto Mendonça Neto, acionista da empresa Toyo Setal, citou Construcap, Jaraguá e Techint como integrantes fixas ou beneficiárias eventuais do cartel que atuava na Petrobras.

    Já NM e Niplan fizeram parte de um consórcio com a Engevix que firmou contrato com uma das empresas do doleiro Alberto Youssef usadas para repasse de propinas.

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