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    Jornalistas articulam novo modelo de conselho

    DE SÃO PAULO

    02/04/2015 02h00

    Mais de uma década após o veto à criação de um Conselho Federal de Jornalismo pelo então presidente Lula, a proposta voltou a ser articulada, agora por profissionais reunidos no grupo Jornalistas Pró-Conselho. A iniciativa foi lançada no último sábado, dia 28, em São Paulo.

    Desta vez, porém, a Fenaj (Federação Nacional dos Jornalistas), entidade que havia apresentado a proposta em 2004, faz oposição à ideia.

    Reclama da maneira como o debate ressurgiu –fora das organizações tradicionais da categoria– e do rumo que o conselho estaria tomando.

    "Onde está escrito que só pode haver discussão sobre problema dos jornalistas nos congressos da Fenaj? E os jornalistas não sindicalizados, que são, aliás, a maioria? A discussão tem que ser aberta", diz Fred Ghedini, ex-presidente do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo e agora um dos integrantes do novo movimento.

    Celso Schröder, presidente da Fenaj, diz que sua prioridade agora é aprovar no Congresso Nacional, "nas próximas semanas", a Proposta de Emenda à Constituição que restaura a exigência de diploma para exercer a profissão. Ele prevê retomar depois a defesa do conselho, mas nos moldes anteriores.

    Segundo Schröder, "parece que a ideia [do novo movimento] não é de ser uma autarquia, um conselho profissional nos moldes que já têm, por exemplo, médicos e engenheiros". Corre-se o risco, diz, de criar "conselhos conservadores, anti-sindicais, como ocorre em outros países".

    Ghedini, hoje afastado do movimento sindical, responde que no grupo "parte defende [autarquia] e parte acha melhor um conselho associação civil, como é no Chile".

    "Fico pensando que talvez fosse mais interessante o tipo chileno", diz. Como associação civil, a entidade poderia abranger jornalistas de modo "muito amplo", defende.

    Schröder critica. Diz que esse formato não seria um conselho "alinhado aos interesses dos jornalistas, garantindo as prerrogativas profissionais, mas com poderes para tal", como quer a Fenaj.

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