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    Lava Jato

    Maior investigado na Lava Jato, PP pode ter briga judicial por cargos

    MÁRCIO FALCÃO
    DE BRASÍLIA

    02/04/2015 13h12

    Luiz Carlos Murauskas - 5.out.14/Folhapress
    Paulo Maluf (PP-SP), que reclama da falta de convenção para referendar permanência da direção do PP
    Paulo Maluf (PP-SP), que reclama da falta de convenção para referendar permanência da direção do PP

    Partido com o maior número de políticos investigados no esquema de corrupção da Petrobras, o PP pode enfrentar uma briga na Justiça pelo comando da legenda.

    Deputados avaliam questionar decisão da atual cúpula da sigla que prorrogou por mais seis meses seu atual mandato, adiando a realização de convenção partidária para tratar da composição da Executiva Nacional.

    Pelo menos dez integrantes da executiva do PP são alvos de inquérito no STF (Supremo Tribunal Federal) por suspeita de ligação com o escândalo de corrupção. Entre os congressistas que estudam tentar derrubar o mandato esticado estão os deputados Paulo Maluf (SP) e Esperidião Amin (SC). Uma reunião na terça-feira (7) deve fechar questão.

    "A prorrogação de qualquer mandato é um absurdo na ordem vigente. É uma coisa inconstitucional e inadmissível. Então, estamos avaliando e vamos decidir na terça", disse Amin.

    Amin chegou a requisitar ao comando do partido cópia da ata e as gravações do encontro da Executiva na semana passada que confirmou a manutenção dos atuais dirigentes, por 49 votos a 6.

    Procurado pela Folha, Maluf afirmou que não comentaria a questão. Aliados dizem que o deputado tem reclamado que, sem convenção, não poderia ter ocorrido a permanência da atual direção.

    Um dos argumentos que teria sido utilizado no encontro para prolongar os mandatos é que as provas ainda não seriam suficientes para garantir que os envolvidos sejam processados porque se baseiam apenas em delações premiadas.

    A reportagem não localizou o presidente do PP, senador Ciro Nogueira (PI), para comentar a movimentação dos deputados.

    LAVA JATO

    Dos 22 deputados investigados no esquema de corrupção na Petrobras, 18 são do PP. Dos cinco senadores da legenda, três estão na mira do STF. Eles foram citados nas delações de Paulo Roberto ou do doleiro Alberto Youssef, como beneficiários do esquema que atuava na Petrobras.

    A diretoria de Abastecimento, comandada por Costa, servia inicialmente para abastecer repasses ao PP, que eram operados por Youssef, e depois passou a atender também o PMDB. Por isso a prevalência de citações a parlamentares do PP.

    O pagamento de dinheiro desviado da Petrobras a congressistas do PP provocava brigas e obedecia a uma espécie de tabela de preços proporcional à força política de cada um, disse Youssef, em delação.

    Segundo o doleiro, líderes do PP recebiam entre R$ 250 mil e R$ 500 mil por mês, enquanto "demais parlamentares recebiam entre R$ 10 mil e R$ 150 mil conforme sua força política dentro do partido". O partido nega as acusações.

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