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    Lava Jato

    Advogado de Youssef afirma que acordo de delação não tem problemas

    DE SÃO PAULO

    07/04/2015 02h00

    O advogado do doleiro Alberto Youssef, Antonio Augusto Figueiredo Basto, diz respeitar o conhecimento jurídico do ex-ministro do STJ Gilson Dipp, mas opina que ele "deveria estudar mais profundamente o acordo de delção" de seu cliente.

    Dipp defende, em parecer a um dos empreiteiros presos na Operação Lava Jato, que a delação do doleiro é ilegal e que todas as provas coletadas a partir dele são "imprestáveis".

    "Não há ilegalidade nenhuma na delação do Alberto. Tanto que ela já foi homologa pelo Supremo." Para ele, o ministro Teori Zavascki não homologaria o acordo se todas as formalidades legais não fossem cumpridas.

    Segundo Figueiredo Basto, não há omissão sobre o acordo anterior no que foi celebrado no ano passado no curso da Operação Lava Jato. "O acordo atual engloba o anterior. Acho que o ministro deveria estudar melhor o caso antes de sair por aí vendendo parecer."

    Segundo o defensor de Youssef, não há na legislação qualquer impeditivo para alguém que rompeu um acordo no passado fechar um novo pacto.

    "Queria que ele [Gilson Dipp] me mostrasse na legislação onde está esse impedimento", afirma.

    Também não faz sentido, de acordo com Figueiredo Basto, a crítica de Dipp de que há omissões no acordo.

    "Nunca vi um acordo de colaboração tão detalhado quanto o de Youssef. Por mais respeito que eu tenha pelo notório saber jurídico do ministro, esse parecer é uma aventura processual e revela o desespero das empreiteiras", diz o advogado.

    A assessoria de imprensa do Supremo informou que Zavascki só opina sobre essas questões no processo.

    Os procuradores da Operação Lava Jato não quiseram se manifestar sobre o parecer de Gilson Dipp.

    Vagner Rosario - 4.fev.15/Futura Press/Folhapress
    O doleiro Alberto Youssef, delator de esquema de corrupção na Petrobras
    O doleiro Alberto Youssef, delator de esquema de corrupção na Petrobras

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