O governador de Minas, Fernando Pimentel (PT), atacou nesta segunda-feira (6) o "choque de gestão" do senador tucano Aécio Neves.
Pimentel disse que o Estado vive uma situação grave e que não teve "gestão e gerenciamento": "A situação de Minas é crítica. Não é exagero de linguagem. A situação é muito grave. [...] Faltou gestão e faltou gerenciamento em Minas Gerais. Os exemplos são abundantes".
E continuou: "Não estamos falando de uma gestão que ficou três, seis, oito meses. Estamos falando de gestão que vem de 12 anos e se autoproclamava a melhor do Brasil e, talvez, uma das melhores do mundo", completou.
Manoel Marques/Imprensa MG | ||
O governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT), dá entrevista na sede do governo estadual |
As declarações do petista destoam da relação de cordialidade entre Pimentel e Aécio –eles foram aliados até 2011. Aécio governou Minas por duas gestões (2003-2010) e fez o sucessor, o tucano Antonio Anastasia (2011-2014), eleito senador no ano passado.
O PSDB contestou as acusações, afirmando que Pimentel tenta "desviar a atenção" para o "estelionato eleitoral que o PT praticou" em Minas Gerais "ao prometer ações que sabiam que não conseguiriam cumprir".
Pimentel atacou as "cinco centenas de obras paradas" que encontrou, o "deficit de R$ 7 bilhões" herdado, a falta de controle sobre as obras realizadas por 28 órgãos do governo e sobre a folha de pagamento do funcionalismo público.
O centro administrativo do governo construído por Aécio também foi posto na berlinda. Anunciado à época a um custo de R$ 1,2 bilhão, o novo governo disse ter custado R$ 2 bilhões. Além disso, o Estado gasta R$ 120 milhões por ano só para manter funcionando os prédios do centro.
A gestão petista diz que todos os contratos e convênios suspeitos, além das perdas e desperdícios, como R$ 13 milhões em remédios vencidos, serão auditados pela Controladoria-Geral do Estado.
Reportagem da Folha revelou que a Controladoria investiga 806 convênios com prefeituras feitos às vésperas do fim do prazo legal eleitoral, mas que tiveram os empenhos cancelados após a eleição.
O ex-governador Alberto Pinto Coelho (PP) atribuiu o problema à não liberação de um empréstimo pelo Banco do Brasil. O BB afirma que sempre respeita os contratos.