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    Ministro Pepe Vargas está disposto a deixar articulação política

    VALDO CRUZ
    MARIANA HAUBERT
    DE BRASÍLIA

    07/04/2015 15h53

    Pedro Ladeira - 5.fev.15/Folhapress
    O ministro Pepe Vargas (Relações Institucionais, à esq.), que cogita deixar a coordenação política
    O ministro Pepe Vargas (Relações Institucionais, no centro), que cogita deixar a coordenação política

    A presidente Dilma Rousseff pode enfrentar mais um problema dentro do seu núcleo mais próximo de governo. Chateado com a sua demissão iminente, o ministro Pepe Vargas (Relações Institucionais), responsável pela articulação política entre Congresso e governo, está disposto a entregar o cargo.

    A decisão foi motivada pela divulgação de que Dilma e o vice-presidente Michel Temer convidaram o ministro Eliseu Padilha (Aviação Civil), do PMDB, para assumir o posto de Vargas, do PT. Segundo interlocutores de Vargas, ele não foi procurado por ninguém do governo para que sua saída fosse discutida.

    O petista já não deve participar da reunião com os presidentes e líderes da base aliada marcada para esta tarde com Dilma. O encontro foi convocado para que a presidente consiga convencer os parlamentares a aprovarem o ajuste fiscal e as medidas para retomada do crescimento econômico do país.

    Caso Vargas entregue de fato a sua cadeira no Planalto, Dilma corre o risco de ficar com o posto vago, já que Padilha pode não aceitar o cargo. O ministro se reuniu com Dilma na manhã desta terça quando a petista tentou convencê-lo a mudar de ministério.

    O peemedebista teria alegado problemas pessoais para não aceitar o posto. Parte do PMDB também rejeita a sua indicação para a articulação política. Logo na manhã desta terça, o líder do PMDB na Câmara, Leonardo Picciani (RJ), afirmou que o ministro recusou a oferta da presidente.

    EDUARDO CUNHA

    A indicação não contou com respaldo integral dentro da sigla de Eduardo Cunha (PMDB-RJ), presidente da Câmara, que vem comandando as derrotas a Dilma no Legislativo. Na noite de segunda, Cunha recusou considerar a possível indicação de Padilha como da cota peemedebista.

    Segundo Picciani, Padilha comunicou a recusa à cúpula do PMDB na noite de segunda, em um jantar no Palácio do Jaburu, residência oficial da vice-presidência da República. O argumento oficial é que está com um filho recém-nascido e que, por isso, sofreu um "veto" da mulher.

    Dilma se reunirá novamente com Padilha ainda na tarde desta terça para tentar convencê-lo a aceitar o posto. Pela manhã, ela pediu que ele reconsiderasse o convite e que eles pudessem voltar a conversar. Temer, que apoia a mudança, também participa do encontro. O cenário ideal para Dilma seria que Padilha já participasse da reunião de líderes desta tarde.

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