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    Renan diz que Temer, na articulação política, melhora a coalizão de Dilma

    GABRIELA GUERREIRO
    DE BRASÍLIA

    08/04/2015 12h56

    Pedro Ladeira - 11.mar.15/Folhapress
    O vice presidente Michel Temer (à dir.) visita o presidente do senado, Renan Calheiros (PMDB-AL)
    O vice presidente Michel Temer (à dir.) visita o presidente do senado, Renan Calheiros (PMDB-AL)

    O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), disse nesta quarta-feira (8) que a escolha do vice-presidente Michel Temer para a articulação política do governo Dilma Rousseff vai melhorar a qualidade da aliança de partidos que apoiam o Palácio do Planalto.

    Renan vinha fazendo sucessivas críticas à coalizão do governo Dilma e à articulação política do Planalto. O peemedebista chegou a afirmar que a coalizão estava "capenga" e que o governo tinha dificuldades em dialogar com o Congresso. Agora, mudou o tom após Dilma escolher Temer para a função.

    "Eu acho que a presença do Michel, dentre outras coisas, pode muito melhorar a qualidade da coalizão. Um dos grandes problemas do Brasil é que a coalizão não tem fundamento programático. É fundamental que ela tenha um fundamento. A coalizão é em torno de quê? O Michel é a melhor pessoa para estabelecer isso", disse Renan.

    O presidente do Senado classificou de "ousada e competente" a escolha de Temer, por considerar que "refaz uma circunstância para que haja uma revisão geral" da articulação política do governo. Renan disse que a escolha de Temer também "qualifica" a relação do Executivo com o Congresso e outros partidos, como o PMDB.

    "Ninguém melhor que o [vice] presidente Michel Temer para exercer com competência essa tarefa, que é uma tarefa, como todos sabem, complexa."

    O PMDB e o Planalto estão em rota de colisão desde o início do ano, depois que Dilma escolheu Pepe Vargas (PT) para a Secretaria de Relações Institucionais da Presidência, responsável pela articulação com o Congresso.

    Os peemedebistas reclamavam da falta de diálogo com o Legislativo, com a adoção de medidas pelo Planalto sem que os congressistas fossem consultados ou informados previamente.

    Renan chegou a devolver uma medida provisória ao Planalto, fez ataques ao ajuste fiscal anunciado pela equipe econômica e ameaçou colocar em votação projetos que desagradam ao governo, mas acabou recuando depois que o ministro Joaquim Levy (Fazenda) entrou em campo pessoalmente para negociar com o Congresso.

    MUDANÇA

    Dilma anunciou a troca de Pepe Vargas por Temer nesta terça (7), depois de convidar o ministro Eliseu Padilha (Aviação Civil), também do PMDB, para ocupar a Secretaria de Relações Institucionais.

    Padilha recusou alegando motivos pessoais, mas nos bastidores enfrentou resistências por parte de Renan e do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

    Os dois preferiam não ter um peemedebista no comando da articulação política para seguirem atuando com liberdade e autonomia em relação ao governo Dilma. Renan mudou o tom, porém, por ter proximidade com Temer.

    Cunha manteve as críticas à escolha do vice-presidente para a articulação política. A bancada do PMDB da Câmara trabalhava para indicar um deputado para a função, caso o cargo fosse ficar nas mãos do partido.

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