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    Arestas entre PT e PMDB tendem a acabar, afirma Michel Temer

    MARIANA HAUBERT
    DE BRASÍLIA

    08/04/2015 15h50

    Beto Barata/Folhapress
    A presidente Dilma acompanhada do vice-presidente Michel Temer em reunião com prefeitos no Planalto
    A presidente Dilma acompanhada do vice-presidente Michel Temer em reunião com prefeitos no Planalto

    O vice-presidente Michel Temer (PMDB), novo responsável pela articulação política do governo com o Congresso, afirmou nesta quarta-feira (8) que os problemas entre o PMDB e o governo tendem a acabar.

    Ele comandou a primeira reunião de líderes da base aliada do governo no início da tarde, onde todos os partidos aliados assinaram um pacto de responsabilidade fiscal que veta a votação de propostas que aumentem despesas ou cortem receitas.

    "Não é PT e PMDB que estão na pauta. O que está em pauta é a base aliada. A base toda tem que estar reunificada em torno dos projetos do governo e auxiliando nos projetos do governo", afirmou após a reunião.

    Questionado sobre se o Planalto começaria a fazer as indicações para o segundo escalão do governo, Temer afirmou que o assunto está em análise. "Vamos examinar com calma e vamos resolver isso porque, afinal, o governo não é de um, o governo é de todos. Todos têm que participar", disse.

    Ele também garantiu novamente que o ex-deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) assumirá um ministério. Pleiteando um cargo na Esplanada desde que perdeu as eleições para o governo do Rio Grande do Norte, Alves deve ser nomeado ainda nesta semana para o ministério do Turismo.

    Enfrentando resistências do PMDB e enfraquecido dentro do próprio partido, o PT, o ministro Aloizio Mercadante (Casa Civil) não deve ser escanteado da articulação política, segundo Temer. Mesmo com a declaração, o vice-presidente alfinetou o colega.

    "O ministro vai participar [de reuniões de articulação política]. Mas é claro que cada um terá as suas tarefas. Eu não interferirei nas questões administrativas mas farei, portanto, a articulação de natureza política. Mas todos colaboram, inclusive, Mercadante", disse.

    RESPONSABILIDADE FISCAL

    Os líderes da base se reuniram com Temer para assinarem um acordo "pelo reequilíbrio macroeconômico para a retomada do crescimento". O pacto foi pedido pela presidente Dilma Rousseff em reunião com os parlamentares nesta terça-feira (7).

    Dilma fez um apelo para que eles assumissem a responsabilidade de que, enquanto durar o ajuste fiscal, a base aliada no Congresso evitará matérias que tenham impacto fiscal relevante.

    Para o líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), o pacto é uma importante sinalização para o mercado e para o país. "É uma sinalização política importante para o mercado, o país e o Congresso. Foi o momento alto, coroando construção na nova relação com Congresso, além da consolidação da base, com toda a pluralidade que ela desperta", afirmou ao fim da reunião.

    O petista elogiou também a escolha de Temer para a articulação política. "A presidente demonstrou muita altivez e compromisso ao indicar Temer como articulador político. Temer sempre foi grande colaborador e pela história dele no Congresso será grande articulador, ajuda muito nesse momento, só despertou simpatia e muito apoio."

    MUDANÇA

    Dilma anunciou a troca de Pepe Vargas por Temer nesta terça (7), depois de convidar o ministro Eliseu Padilha (Aviação Civil), também do PMDB, para ocupar a Secretaria de Relações Institucionais.

    Padilha recusou alegando motivos pessoais, mas nos bastidores enfrentou resistências dos presidentes da Câmara e do Senado, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e Renan Calheiros (POMDB-AL).

    Os dois preferiam não ter um peemedebista no comando da articulação política para seguirem atuando com liberdade e autonomia em relação ao governo Dilma. Renan mudou o tom, porém, por ter proximidade com Temer.

    Cunha manteve as críticas à escolha do vice-presidente para a articulação política. A bancada do PMDB da Câmara trabalhava para indicar um deputado para a função, caso o cargo fosse ficar nas mãos do partido.

    No seu primeiro dia à frente da articulação política, Temer recebeu ministros, empresários, e parlamentares. Ele se encontrou com a ministra Kátia Abreu (Agricultura) e o ministro Eliseu Padilha (Aviação Civil), que foi convidado e recusou assumir a Secretaria de Relações Institucionais, extinta nesta terça.

    Temer também se reuniu com o presidente da OAB, Marcus Vinícius Furtado Coêlho, um dos cotados para assumir a vaga de Joaquim Barbosa no Supremo Tribunal Federal, e com o empresário Jorge Gerdau, além de vários deputados e senadores.

    Apesar da intensa movimentação, nenhum dos encontros estava previsto na agenda do peemedebista. Oficialmente, ele se reuniria apenas com os ministros Joaquim Levy (Fazenda), Nelson Barbosa (Planejamento) e Aloizio Mercadante (Casa Civil), além de receber, junto com Dilma, os representantes da Frente Nacional de Prefeitos.

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